Por monica.lima
O ator Marco Nanini em trecho da peça “Beije Minha Lápide”. Em cartaz dias 09 e 10/01%2C às 21hDivulgação

No palco, Marco Nanini é Bala, um escritor de 60 anos, ainda com prestígio, mas afastado do meio artístico. Grande admirador de Oscar Wilde, Bala considera uma afronta à memória do escritor a construção da barreira de vidro que impede qualquer um de se aproximar de seu túmulo no célebre cemitério de Père Lachaise, em Paris. Então, ele resolve quebrar o bloqueio. Em “Beije Minha Lápide”, Nanini realiza um antigo desejo de trabalhar com a obra do dramaturgo inglês. “O texto tem muitas analogias com a vida e a obra de Wilde, com algumas citações mais explícitas e outras que se refletem nas falas e nas histórias das personagens. Quem não conhece Wilde vai entender e esperamos que saia querendo conhecê-lo mais”, explica Nanini. Com texto de Jô Bilac e direção de Bel Garcia, a peça, que concorre aos prêmios Shell e Cesgranrio, abre a 4ª edição Gamboavista, com apresentações hoje e amanhã, às 20h, no Galpão Gamboa, no Rio. O projeto, com direção artística de Marco Nanini e Fernando Libonat, tem extensa programação até o mês de maio, com espetáculos adultos, infantis e shows.

O Gamboavista, que já teve quatro edições no Galpão Gamboa e serviu de inspiração para a bem sucedida ocupação Dulcinavista, no Teatro Dulcina, no Centro do Rio, já é parte integrante do calendário cultural da cidade. Todos os anos, o evento reúne no mesmo palco as peças cariocas que mais se destacaram no ano anterior. Nesta edição, uma novidade: além de espetáculos do Rio, o festival também recebe peças de outros estados brasileiros.

“Juntamos algumas peças destaque que merecem ser revistas. Desde a primeira edição, a ideia é que a gente consiga trazer o que vimos de mais interessante. Esse ano a programação é ainda mais especial porque, pela primeira vez, conseguimos abrir o leque. Temos peças de Minas Gerais, de Brasília e do Ceará”, explica o curador do projeto, o ator e diretor Cesar Augusto.
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Também na abertura da programação, amanhã, a partir das 22h30, após a apresentação de “Beije Minha Lápide”, o Garagem Gamboa recebe o show “Desfrute ou Frite” de Tru & Tro, projeto musical da cantora Letícia Novaes e do músico e cineasta Arthur Braganti. Essa será a última apresentação pública do show, que une música, teatro, prosa, poesia e manifesto.
Entre as atrações do festival, que vão até maio, ainda estará a peça “Ricardo III”, uma adaptação de Gustavo Gasparani e Sérgio Módena para a obra de Shakespeare que discute a eterna batalha pelo poder, intrigas, e a hipocrisia da política, com apresentações dias 31 de janeiro e 01 de fevereiro. Os espetáculos “Festa de Família” e “O Funeral”, com direção de Bruce Gomlevsky e Companhia Teatro Esplendor, também fazem parte da programação. A duas montagens, baseadas em filmes de Thomas Vinterberg, um dos expoentes do movimento Dogma 95, tem apresentações dias 24 e 25 de janeiro.
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A peça “Silêncio!”, de Renata Mizrahi, pelo qual Suzana Faini foi indicada a vários prêmios de melhor atriz em 2014, ainda integra o festival Gamboavista nos dias 28 e 29 de março. Em sua maior edição desde o lançamento, o projeto também apresentará, pela primeira vez, montagens inéditas na cidade, como “BR Trans”, do autor e ator cearense Silvero Pereira, dias 21 e 22 de março, e “Hamlet ou Morte”, espetáculo originado da esquete vencedora da última edição do FESTU (Festival de Teatro Universitário), nos dias 07 e 08 de março. 

Mariana Pitasse (mariana.pitasse@brasileconomico.com.br)
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ONDE ASSISTIR
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? “Gamboavista” acontece nos finais de semana de 09 de janeiro até 10 de maio. O Galpão Gamboa fica na Rua da Gamboa, 279, no Centro do Rio.
Projeto expõe impacto de modificações no Rio
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A partir da ideia da destruição como condição de reconfiguração espacial, o curador João Paulo Quintella criou “Permanências e Destruições”. O projeto tem como objetivo levar instalações de 10 artistas brasileiros e um coletivo para lugares em processo de desaparecimento, áreas sem uso, vazios urbanos na cidade do Rio de Janeiro. Alguns dos locais escolhidos foram o prédio do antigo Hotel Balneário Sete de Setembro/Colégio Brasileiro de Altos Estudos, na Praia do Flamengo; uma piscina desativada, em Santa Teresa; e a área da antiga Perimetral, no Centro do Rio.
Hoje, o projeto tem abertura oficial no Oi Futuro em Ipanema, a partir das 15h, contando com a participação do grupo carioca de artistas que realizará as intervenções na cidade, e o curador, para um debate sobre o projeto e as problemáticas urbanas do Rio de Janeiro.
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A primeira ocupação do projeto acontece hoje, amanhã e domingo na Praça XV, no centro do Rio. Nos três dias, visitantes poderão acessar o projeto “Cota 10”, um mirante construído pela dupla de artistas Julio Parente e Pedro Varella para ter uma perspectiva única da cidade, com vista para o centro histórico do Rio e a Baía de Guanabara, antes só possível ao passar pela Perimetral. Simultaneamente, também na Praça XV, o duo de artistas Priscilla Fiszman e Kammal João realizará uma ação com tijolos, aberta à participação do público e que tem como objetivo tencionar a relação entre construir e destruir.
ONDE ASSISTIR

Novas intervenções todos os finais de semana de 09/01 a 01/02, na Praça XV, Hotel Balneário, Colégio Brasileiro de Altos Estudos, Rua do Verde, Estamparia Metalúrgica Victoria e Piscina do Edifício Raposo Tavares, na cidade do Rio.
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Mostra encerra exibição em memória de Suassuna
Após rodar o país, o projeto “Ariano Suassuna — Arte como Missão”, encerra ciclo de exibições na Caixa Cultural São Paulo. Contando com a presença do próprio escritor em quase todas as cidades por onde passou, a proposta permanece em tom de homenagem e despedida.
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No próximo sábado, dia 17, acontece a abertura da exposição de fotos “O Decifrador”, de Alexandre Nóbrega, que acompanhou a intimidade do escritor nos seus últimos anos de vida.
No mesmo dia, o projeto se estende ao Teatro Municipal para apresentar o show de Antonio Nóbrega, mestre das sonoridades das artes populares e um dos integrantes do Quinteto Armorial, pensado especialmente para homenagear Suassuna, às 20h. Já a partir de sexta-feira, dia 30, a Caixa São Paulo ainda exibe ciclo de filmes com grandes clássicos do escritor adaptados ao cinema e à televisão, como “Auto da Compadecida”, “Uma Mulher Vestida de Sol” e “A Pedra do Reino”. <MC1>A Caixa Cultural fica na Praça da Sé, 111, em São Paulo.
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NOTAS
Cinema reciclado em pauta na Doku.Arts
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Até o dia 14, a mostra alemã de documentários Doku.Arts está em cartaz no Instituto Moreira Salles do Rio. Nesta edição, a reflexão é sobre a apropriação de imagens de filmes antigos em novos. Entre os títulos estão longas sobre Hitchcock e Haneke.
História de Frida e Diego Rivera em cartaz no Rio
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Estreia hoje a peça “Frida Y Diego” no Maison de France, no Rio. Após 10 anos sem textos no teatro, Maria Adelaide Amaral apresenta o espetáculo, que fala da relação entre Frida Kahlo e Diego Rivera, uma história de paixão e cumplicidade.
Diálogos com Leandro Erlich na Casa Daros
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Neste domingo, às 17h, o artista argentino Leandro Erlich conversa com o público sobre sua trajetória artística. Suas influências e obras exibidas na exposição “Ilusões” são os temas de mais um encontro do programa “Diálogos” da Casa Daros, no Rio.
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