Por monica.lima
"Minha maior satisfação é criar%2C Espero fazer novos sucessos"%2C diz Geraldo AzevedoDário Gabriel

Com 70 anos de idade, completos no último dia 11, e quase 50 anos de carreira, Geraldo Azevedo escolheu o frevo como trilha sonora das comemorações. A turnê de “Noites de Frevo” começa hoje, no Circo Voador. O compositor, que coleciona grandes sucessos da música brasileira, como “Dia branco”, “Dona da minha cabeça” e “Canção da despedida”, afirma que sua maior contribuição foi conseguir traduzir sentimentos em canções. Em meio à fala acelerada, entre uma risada e outra, o músico pernambucano conta que não se sente velho e que não quer se acomodar. Ainda esse ano, Geraldo se prepara para apresentar dois novos projetos. Um deles é um disco com canções inéditas.

Como é chegar aos 70 anos?
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Olha, eu acho maravilhoso. Se perdeu aquela coisa da velhice de antigamente, não me sinto velho. A nossa geração está chegando aos 70 sem ficar velho, pelo vigor de fazer as coisas com amor. Digo sempre que sete é a idade da razão. Então, tenho 10 razões para celebrar a vida.
E por que você escolheu o frevo como trilha sonora dessa comemoração?
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Vou comemorar o ano todo e o show faz parte dessa celebração. Será bem animado e festivo. Escolhi frevos tradicionais, marcantes na história do ritmo, além de alguns que compus. Meus clássicos também estarão no show, musicados pelo frevo para botar a galera pra levantar, dançar e brincar na espera do Carnaval.
Seus filhos o acompanharão no show. Eles estão sempre presentes? 
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Sempre. Eles tiveram essa vontade de seguir a minha carreira e fazer música, acho que herdaram no DNA, mas também têm seus próprios trabalhos. Clarice vai gravar um disco com composições suas agora, o Lucas tem uma banda de música brasileira e o Tiago é muito ligado à produção em estúdio. Já a Gabriela, que é a mais velha, trabalha comigo na produção. Ela é diretora da minha empresa, a produtora “Geração”, que quer dizer “Geraldo em ação” (risos).
O que você considera como suas maiores contribuições ao longo desses anos?
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Olha, estou comemorando 70 anos e quase 50 anos de carreira. Digo quase porque comecei muito cedo e esse negócio de carreira é muito relativo. Não tinha noção de que seria artista, mas a música esteve sempre perto de mim. A gente que é nordestino tem aquela coisa de música de raiz muito forte. Ao longo do tempo fui me influenciando por outras realidades. Com essa informação toda, criei uma música minha. Sei que dessa produção, algumas músicas vão ficar eternamente como parte da cultura brasileira.

Que momentos especiais você gosta de relembrar?

Eu recebo muito amor em todos os lugares onde chego. De vez em quando fico sabendo de coisas maravilhosas, como escolas que ensinam a ler com a minha musica. Isso é uma coisa fantástica. As pessoas encontram comigo na rua e me cobram até hoje para retomar o projeto “O Grande Encontro”, com Elba (Ramalho), Alceu (Valença) e Zé (Ramalho). Viajamos o Brasil todo, foi um período muito bacana. Quando lembro dos companheiros da minha trajetória toda, penso o quanto foram anos especiais e carrego comigo todas essas marcas. Por isso, fica difícil sintetizar.
Quais músicas da sua carreira são mais especiais pra você?
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As que fazem sucesso são especiais. Quando canto “Dia Branco”, o povo canta também. Tem canções que geram uma relação muito grande com as pessoas, “Caravana”, “Canção da despedida”, “Táxi Lunar”, várias tantas. São canções que canto há tanto tempo, acho que algumas já cantei mais de um milhão de vezes, mas que parecem se renovar, pois passam de pais para filhos. Nos meus shows, vejo crianças e velhos cantando, mas a maioria do público é de jovens. Por isso digo que as canções se eternizam, pois se renovam.
A que você atribui esse movimento?
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A música brasileira se perdeu muito na parte poética. É só fazer um “oioioi” e “aiaiai” que já está fazendo música. Antes, a gente tinha um rigor maior. Adoro poesia, boas palavras e boas melodias. Acredito que a falta da arte que traduz sentimentos faz as pessoas escutarem o que era produzido no passado, pois faz bem para a alma e para o espírito. Por isso eu digo que a música tem que dignificar o ser humano, não ser só entretenimento.

E para o futuro? O que podemos esperar de Geraldo Azevedo?
Estou cheio de canções novas. Como tenho uma quantidade de obras extensa, todo mundo quer ouvir as conhecidas, mas a gente quer mostrar novas canções. A minha maior satisfação é criar. Me sinto abençoado. Se essa canção fizer sucesso aí é que fica maravilhoso. Tenho dois projetos na agulha para esse ano. Comecei a gravar algumas músicas para um novo disco que vou lançar em breve. Também vou gravar um DVD do show “Noites de Frevo” em Pernambuco. Quero garantir um trabalho para o futuro, me reciclar, para não dizer que me acomodei. Espero fazer novos sucessos ainda na vida.
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ONDE ASSISTIR
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“Noites de Frevo” no Circo Voador, no Rio. Sexta, 23 de janeiro e quinta, 5 de fevereiro. Ingresso à venda no www.ingresso.com
Boca Livre sobe ao palco do Teatro Rival, no Rio
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Grupo que representou arranjos vocais pouco convencionais, uma inovação na música brasileira, o Boca Livre está próximo de completar 37 anos de carreira. Durante essa trajetória, o conjunto teve quatro formações distintas. Hoje e amanhã, em turnê do álbum “Amizade”, lançado em 2013, a formação que subirá ao palco do Teatro Rival, no Rio de Janeiro, será a mesma que lançou “Bicicleta” — segundo disco do grupo — em 1980, composta por Maurício Maestro (contrabaixo, violão e vocal), Zé Renato (vocal e violão), David Tygel (viola e vocal) e Lourenço Baeta (flautas, violão e vocal).
Nos primeiros anos de trabalho, o Boca Livre se destacou por ser um dos primeiros com produção independente a se projetar no cenário da MPB. Único integrante remanescente da formação original, Maestro acredita que, embora existam mais espaços para a divulgação dos trabalhos hoje, por conta da internet, a pulverização excessiva prejudica a assimilação das obras, processo que não se restringe somente à música.
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“Nesses aparelhinhos, dá para guardar milhares de músicas. Mas será que isso é bom? Antigamente, a gente se reunia para ouvir um LP que tinha saído por vários dias seguidos. Hoje em dia, parece tudo ‘fast-food’. E o vocal tem uma questão muito delicada, em ondas de separação, que é prejudicada por essa pulverização de informações”, critica. Para o show no Rio, o grupo preparou um repertório que alterna os clássicos já consagrados, como “Toada”, e a nova produção. Informações sobre ingressos em www.ingresso.com
Após Paris, mostra sobre Truffaut chega ao MIS-SP
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Depois de sua primeira temporada na Cinemateca Francesa, em Paris, a exposição sobre o cineasta francês François Truffaut vai desembarcar no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, com estreia prevista para julho deste ano.
Autor de clássicos como “Os Incompreendidos”, “Jules e Jim” e “A Noite Americana”, o cineasta completou em 2014 seu trigésimo aniversário de morte, o que motivou a montagem da exposição em seu país natal.
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Com curadoria de Serge Toubiana, diretor geral da Cinemateca Francesa, a exposição revela o rico trabalho do diretor, que é uma das principais figuras da Nouvelle Vague francesa, por meio de trechos de filmes, entrevistas do diretor, desenhos, fotos, objetos, livros, revistas e roteiros com anotações e figurinos. 
Para complementar a exposição, o MIS ainda prepara uma mostra especial de filmes do diretor, com exibições simultâneas à exposição. O MIS fica na Av. Europa, 158, Jardim Europa, em São Paulo.
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NOTAS
Visita guiada à ‘Limiares’ no MAM Rio
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Amanhã, às 17h, o colecionador Joaquim Paiva e a curadora Marta Mestre farão uma visita guiada pela exposição “Limiares – A Coleção Joaquim Paiva no MAM”, que reúne 40 fotografias do acervo do diplomata. A mostra pode ser vista até o dia 29/03, no MAM Rio.
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Retratos da saudade no Itaú Cultural, em SP
Amanhã, o Itaú Cultural, em São Paulo, abre sua primeira exposição do ano, “A Arte da Lembrança – A Saudade na Fotografia Brasileira”. A mostra reúne o trabalho de 36 fotógrafos, com curadoria de Diógenes Moura. A visitação ao público fica aberta até 8/03.
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Mostra de Kandinsky em cartaz no CCBB Rio
A partir do próximo dia 28 até 30/03, o CCCBB do Rio recebe “Kandinsky: tudo começa num ponto”, que reúne mais de uma centena de obras do artista, seus contemporâneos e influências, com base no acervo da coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo.
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