Por monica.lima

Nós que testamos carros somos questionados sobre qual é o melhor. A resposta, subjetiva, envolve não só qualidade, como a relação custo/benefício, aptidões e expectativa de uso do comprador. Eu respondo que a maioria dos carros eu não compraria. Alguns eu compraria. Nesta lista estreita entra o novo Ka+.

O modelo de belas linhas não chama muito a atenção nas ruas%2C como aconteceu como primeiro Ka%2C mas este%2C na hora de andar%2C é bem melhorDivulgação

O modelo que usamos por quase 1.400 quilômetros, em absoluta primeira mão mundial, uma vez que vai para diversos mercados, mostrou que o Ka+ tem muito mais virtudes que defeitos. Os defeitos, é claro, estão lá, e são visíveis como a tampa externa do tanque que teimava em não fechar, alguns acabamentos internos etc. A equipe da Ford me avisou que é um pré-série. Mas as virtudes deste compacto conseguem ultrapassar em muito seus defeitos, que até a entrada no salão da concessionária, dia 15 de outubro, podem ser resolvidos. Entre os pequenos pecados estão o controle manual dos retrovisores, a regulagem do encosto do banco por alavanca, com acesso complicado pelo curso do cinto de segurança.

Deixamos o lançamento em Trancoso, Porto Seguro (BA), no fim da tarde para uma viagem longa em três etapas. A primeira delas nas grandes retas da BR 101 até Vitória. Foram 586 quilômetros do total de 1.357 km. Acelerações altas e ultrapassagens mostraram que o carrinho, completo desde o mais barato, tem motor bem acertado. O consumo trafegava perto dos 12,7 km/l. Em curso, era possível perceber que o acabamento é bem razoável para um carro que custa entre R$ 42,5 mil (o 1.0) e R$ 47,5 mil. O espaço interno me abriga na frente e atrás sem apertos. Mesmo com a altura de 1,88 m, além da média. Chama a atenção a visibilidade e a ergonomia bem resolvidas, com painel simples e de boa leitura, computador de bordo completo e o sistema Sync de multimídia, equipamento da vez.

Os bancos abrigam bem o corpo para uma longa viagem e o porta-malas surpreende com 445 litros. Boa solução na dobradiça pantográfica com amortecedor, que não ocupa espaço das malas. Pecado no estepe temporário, com as incertezas em cada buraco das rodovias.

Sob o capô, um motor de quatro cilindros 1.5 litro 16V e 105 cv, acoplado a câmbio manual de cinco marchas. Outro destaque do carro, o motor tem alto torque desde as baixas rotações e, bem usado por uma relação de marchas acertada, faz o rendimento do Ka+ excepcional. Consumo idem e prazer de dirigir também. A BR 101 perto de Campos está impossível. A saída pela direita foi para Bom Jesus de Itabapoana (RJ)e depois, Pádua (RJ). O asfalto irregular premiou a suspensão confortável. Curvas de alta e de baixa velocidades em direção a Pádua e Nova Friburgo ficam para trás sem problemas com a boa aderência e estabilidade. Para mim, a suspensão pediria somente acerto um pouco menos reativo de amortecedores dianteiros. O motor emite pouco ruído, mas a aspereza do solo é sentida por quem dirige. O ar-condicionado de alta vazão mostra preocupação com o clima quente e os espelhinhos atrás do para-sol agradam às mulheres. Em Friburgo, aos 1.190 quilômetros, pausa para o segundo round, até o Rio, com mais 167 quilômetros. Agora com o tanque cheio de etanol. Motor pouco áspero, potência elevada para 110 cv e bom consumo médio de 11,2 km/litro. Serra de novo, em descendente, e a eficiência da suspensão à prova. Firme e eficiente. O modelo de belas linhas não chama muito a atenção nas ruas, como aconteceu com o primeiro Ka, mas este, na hora de andar, é bem melhor.

A marca vende o Ka+ a partir de 15 de outubro. Em novembro chega a versão 1.0. Já disponível o hatch 1.0 que terá em breve uma versão Sigma 1.5.

Super SUV

Confirmado para ano que vem, no Brasil, o Range Rover SVR Sport estreia em Peeble Beach, EUA, amanhã, como o SUV mais rápido do mundo. Versão nas lojas terá motor V8 de 550 cv de potência
e proposta voltada para o desempenho, embora a marca garanta que ele preserva as conhecidas características off-road.

Luxo na tomada

O topo da Marcedes-Benz agora está na tomada. A marca lançou na Europa o S 500 Hybrid Plug-In,
o terceiro híbrido da estrela. Para conquistar clientes do topo, a garantia é de seis anos ou 100 mil quilômetros. A potência combinada do ‘S’ Hybrid chega aos 442 cv, sendo 115 cv do motor elétrico, que entrega 33 quilômetros de autonomia.

A tomada redesenhada

A GM anunciou o lançamento do novo Chevrolet Volt, durante o Salão de Detroit, em janeiro. Espera-se novo design na frente e traseira. O Volt, elétrico de autonomia estendida, chegou a rodar conosco, aqui no Rio, quase 700 quilômetros sem reabastecer.

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