Por monica.lima

A inauguração da fábrica da Chery no Brasil merece reflexão. Os chineses chegaram de fato e com força. O Brasil é tratado como ponta de lança da marca no continente, dizem sites e jornais especializados da América Latina. Eles buscam, nos próximos anos, 150 mil emplacamentos no Mercosul e pretendem melhorar posições até 2017, com modelos de entrada completos, como é seu perfil de produção.

O Celer tem dimensões do Palio%2C motor eficiente 1.5 litro e câmbio manual de 5 marchasDivulgação


A fábrica gigantesca que conheci em Wuhu, na China Central, surpreende pelas dimensões e produção anual. Fazem 900 mil carros de 21 modelos diferentes. Usinam e montam 1,5 milhão de motores. Quando perguntei ao guia chinês sobre segurança e os crash-tests ele desconversou, para dar uma resposta pra lá de concreta: exibiu um imenso pavilhão de avaliações de impactos, que homologa os seus carros nos padrões europeus, em pistas que aceitam até ônibus e caminhões. Os testes são feitos com impactos frontais, laterais e em vários ângulos, de 30° e 45°. O maior que conheci. Na ocasião, a marca avaliava os protótipos do Celer, lá chamado Fullwin, para lançamento no Brasil. Como somos legalmente impedidos de dirigir nas vias públicas da China, aceleramos na pista do interior da fábrica. Deu pra sentir a qualidade do modelo que recebeu, na ocasião, algumas observações, como a suspensão mole e o som metálico da batida da porta. Os engenheiros prestaram muita atenção nessas observações dos jornalistas brasileiros e as anotaram, para o projeto que melhorou, hoje vendido importado, e agora vai começar a deixar Jacareí, nacional. O Celer tem dimensões do Palio, motor eficiente 1.5 litro e câmbio manual de 5 marchas. Com versões hatch e sedã, anda bem, tem linhas bonitas e ergonomia acertada. Com volume, rede e pós-venda, vai dar trabalho e poderá alterar a velha equação do mercado brasileiro e, de quebra, melhorar a imagem do carro chinês, além de provocar divisão ainda maior nas fatias, que estão afinando com menores vendas e mais fábricas.

Os chineses não brincam. O investimento de R$ 1,2 bilhão segue estratégia de longo prazo que trará ainda o pequeno QQ, provavelmente o mais barato do país, e outros dois carros, todos abaixo dos R$ 40 mil. A lógica é crescer com novos consumidores, entre tantos que não têm carro próprio no Brasil.

PONTO-A-PONTO

? Mercado esfria e vendas de novos caem, menos as do Renault Sandero. As vendas de usados sobem junto com as de carros de luxo e motos premium.

? Kia vai produzir em Nuevo Léon, México, três carros que poderão chegar importados ao Brasil.

? A Honda começa a montar o novo City 2015 em Sumaré, SP. Os preços vão ficar entre R$ 54 mil , o DX e R$ 69 mil, a topo, EXL.

? A Toyota ampliou a gama Hilux com a versão Flex Fuel SRV, com tração 4x2 e câmbio automático. O modelo vai custar até R$ 100 mil.

? A indústria da locação celebra o aumento da procura. Os números subiram 7,5% e são atribuídos à maior frequência de viagens.

? O carro mundial da GM, Cruze, montado em todo o mundo e à venda em 118 países, chegou a três milhões de unidades.

? Ativistas do Greenpeace ‘visitaram’ a GM, Fiat e VW para protestar contra a baixa eficiência dos motores. Faixas ‘alusivas’ às visitas foram afixadas nos portões das unidades. No pleito do Greenpeace, o cumprimento das metas atuais de emissões da União Europeia até 2021.

? Com 50 anos de idade, o Ford Mustang ganha corpinho de 30 e vendas mundiais. A fábrica da marca do oval em Flat Rock, Michigan, já finaliza as unidades que serão ofertadas em 120 países. O esportivo vem com três versões de motores, V8, V6 e Ecoboost 2.3 e terá detalhes adequados ao gosto de cada mercado.

GLA no Brasil

O SUV sobre a plataforma do Classe A chega semana que vem para completar a gama dos utilitários esportivos da Mercedes-Benz. Muita expectativa em torno do GLA, que será montado ano que vem em Iracemápolis, São Paulo, na mesma linha do C Class. O GLA chega inicialmente com motor de 156 cv
e terá versão AMG com 360 cv.

Caras emoções

A Suzuki tenta de novo e, apesar dos milhares de consumidores frustrados pelo abandono da marca nos anos 90, relança o Swift, agora na versão Sport. No momento, a proposta é esportiva e emocional.
O Sport e Sport R têm motor de 142 cv, câmbio manual de seis marchas e custam R$ 75 mil e R$ 82 mil, respectivamente.

O novo Cherokee

Mais um SUV que passa a ser oferecido no Brasil, o Jeep redesenhado encontrou narizes torcidos dos puristas, mas promete reverter o polêmico desenho com equipamentos e o tradicional desempenho da marca. Os motores vão ser os 3.6 V6 e 5.7 V8.

Você pode gostar