Por monica.lima

Na sala de imprensa do Maracanã no pós-título da Alemanha, atônitos jornalistas argentinos perguntavam que razões levavam a esmagadora maioria dos brasileiros no estádio a torcer devotamente pelo time que poucos dias antes havia humilhado sua própria seleção. Claro que a eterna e cada vez mais acirrada rivalidade entre Brasil x Argentina explica muito dessa preferência. Mas não foi só isso. Além da eficiência dentro de campo, fora dele os alemães deram uma lição de marketing e de relacionamento. Saíram do Brasil com o tetracampeonato e com título de campeões da Copa do Mundo da simpatia.

A Alemanha ficou com o título da bola e do marketing na Copa do MundoAdrian Dennis/AFP

A primeira ação do plano de conquista dos brasileiros, ou ao menos de boa parte deles, foi o lançamento da segunda camisa da seleção nas cores vermelho e preto, que de cara fisgou torcedores de Flamengo, Sport-PE e Vitória da Bahia, todos clubes rubro-negros e de cidades onde a seleção jogou ou poderia jogar. Na concentração do time no vilarejo de Santo André, no litoral baiano, jogadores dançaram com índios pataxós e comemoraram abraçados com brasileiros a sofrida classificação do Brasil nos pênaltis contra o Chile. Também vestiram camisas de times como Grêmio, Bahia e Flamengo. O atacante Podolski foi o que mais encarnou o espírito brasileiro. Logo após o massacre de 7 x 1, foi ao Twitter pedir respeito aos pentacampeões, tomou caipirinha e não cansou de declarar seu amor ao país. Para fechar a Copa em alto estilo, a torcida alemã saiu do Maracanã cantando, com sotaque, “Rio de Janeiro ôôôô”. Nada mais justo.

Adidas campeã no Mundial do marketing

A Adidas pode comemorar. Foi a marca que teve o maior retorno de imagem na Copa do Mundo no Brasil. Além de ser uma das patrocinadoras oficiais do torneio, a grife das três listras é a fornecedora dos dois finalistas: Argentina e Alemanha. Ela também vestiu o melhor jogador da competição: Leonel Messi. Para a arquirrival Nike restou o consolo de ser a marca com mais seleções no Mundial: dez contra nove da Adidas.

E chega ao fim a Copa de todos os copos

Souvenir mais desejado da Copa, os copos alusivos às partidas foram a ação de marketing mais certeira de Ambev e Coca-Cola no torneio. E o último round da batalha pelas peças foi também o mais acirrado. E$porte Clube conversou com torcedores que tiveram seus copos furtados no Maracanã. Até o fechamento da edição, Ambev e Coca-Cola não informaram quantas unidades foram produzidas para a decisão.

Número da semana

US$ 35 mi: Esse foi o prêmio pago pela Fifa à Alemanha pela conquista do tetracampeonato mundial domingo no Maracanã. A quantia foi a maior já paga a uma seleção campeã mundial. Vice-campeã, a Argentina levou para Buenos Aires um belo prêmio de consolação: US$ 25 milhões. Pelo quarto, Brasil faturou US$ 20 milhões.

INVESTCRAQUE

Iván “Bam Bam” Zamorano,
Ex-atacante da seleção chilena e do Real Madrid

Antes do surgimento do fenômeno Alexi Sanchez, Ivan “Bam Bam” Zamorano era considerado o maior atacante da história do Chile. Ao lado de Marcelo Salas, fez história com a camisa de “La Roja”, como os chilenos chamam sua seleção. A dupla enfrentou o Brasil na derrota por 4 x 1 nas oitavas-de-final da Copa da França. Zamorano também vestiu camisas de clubes de peso do futebol mundial, como Real Madrid e Inter de Milão. Hoje comentarista da Directv ESPN Latino-America, Zamorano concentra 80% dos investimentos em dois centros de treinamento no Chile e o restante em imóveis para locação.

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