Por marlos.mendes

Rio - Mais da metade da população do país está com peso acima do recomendado e 18,9% dos brasileiros estão obesos. Os dados são do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feito entre fevereiro e dezembro do ano passado pelo Ministério da Saúde.

Embora o levantamento traga boas notícias, como o aumento do consumo regular de frutas e hortaliças, redução do consumo de refrigerantes e sucos artificiais e aumento de atividade física, ainda há dados preocupantes em relação aos hábitos alimentares dos brasileiros.

Além da obesidade, a má alimentação também pode ocasionar doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Ainda de acordo com o Vigitel, o excesso de peso cresceu 26,3% em dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016. Já a obesidade cresceu 60%, indo de 11,8% em 2006 para 18,9% no ano passado.

Obesidade aumenta risco de doenças como diabetes e hipertensãoDivulgação

Diante desse cenário, o Ministério da Saúde definiu metas para reduzir a obesidade. A primeira delas é deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019. Para isso, devem ser adotadas políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional. A segunda meta é reduzir em 30% o consumo de refrigerantes e sucos artificiais nos próximos dois anos. A terceira é ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.

Aliás, o crescimento da obesidade vem sendo constatado em toda a América Latina e Caribe, com impacto maior nas mulheres e tendência de crescimento entre as crianças, de acordo com o relatório Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe, feito em conjunto pela ONU para Alimentação e Agricultura e pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS).

De acordo com o documento, cerca de 360 milhões de pessoas na América Latina e Caribe estão com sobrepeso, o que representa 58% da população. Em relação às crianças, 7,2% das menores de 5 anos estão com sobrepeso, o que representa um total de 3,9 milhões de crianças. O aumento da obesidade impacta de maneira desproporcionada as mulheres: em mais de 20 países da América Latina e Caribe, a taxa de obesidade feminina é 10% maior que a dos homens.

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