Por leandro.eiro

Rio - Uma nova cola cirúrgica desenvolvida por cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, da Northeastern University e da Harvard Medical School, ambas nos Estados Unidos, pode se tornar uma divisora de águas na medicina. Batizado de MeTro, o produto, testado em animais, é capaz de selar incisões em órgãos ou artérias em apenas 60 segundos, dispensando suturas em operações. A criação foi apresentada em um estudo que acaba de ser publicado no periódico científico Science Translational Medicine.

Cola cirúrgica desenvolvida na Universidade de Sydney pode ser aplicada no coração e nos pulmõesReprodução Internet

Semelhante a um gel, a cola foi feita a partir de proteína humana modificada que, depois de aplicada sobre a ferida, é posta sob luz ultravioleta para secar. O material se degrada naturalmente após cumprir sua função e tem grande elasticidade, o que o torna ideal para uso em tecidos que se contraem e se expandem continuamente caso de pulmões, coração e vasos sanguíneos.

Segundo os pesquisadores, a inovação já está pronta para testes clínicos (em humanos) e deve começar a ser usada nos hospitais dentro de três a cinco anos. Nos experimentos com roedores e porcos, constatou-se que, além de diminuir o tempo de cirurgia devido à substituição dos pontos, o que também reduz o risco de infecções no pós-operatório , o produto ajuda na regeneração de tecidos. Isso porque ele cria uma barreira protetora na área lesionada. Assim, poderia ser utilizado, por exemplo, após um enfarte, para auxiliar o reparo do músculo cardíaco.

Nasim Annabi%2C da Northeastern University%2C foi a líder do estudoDivulgação

De acordo com o cirurgião plástico Ricardo Cavalcanti Ribeiro, a MeTro é completamente diferente das colas cirúrgicas existentes no mercado. "A grande vantagem é que essa novidade foi produzida a partir de proteínas elásticas. Trata-se da primeira feita de material humano. As demais são de compostos sintéticos", explica o médico.

Outro pioneirismo diz respeito à selagem de órgãos internos. Os artigos disponíveis hoje só servem para a adesão de camadas superficiais da pele ou de tecidos."Se houver sucesso nos testes clínicos, essa cola poderá ajudar a salvar vidas. A perspectiva é muito boa", analisa Ribeiro. 

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