Imunoterapia associada à quimioterapia melhora resultando do tratamento - Reprodução de internet
Imunoterapia associada à quimioterapia melhora resultando do tratamentoReprodução de internet
Por RENAN SCHUINDT

Rio - O encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), ocorrido nos Estados Unidos, terminou na última semana com atualizações importantes para o tratamento de diversos tipos de câncer. Os estudos para neoplasias de pulmão, mama e rim foram destaque no congresso, comprovando ganhos em sobrevida e qualidade de vida aos pacientes. As atualizações demonstradas na ASCO devem ser validadas pela Anvisa antes de serem adotadas na prática médica, o que pode acontecer em breve. 

Para o oncologista e gerente médico do Grupo CON, Ivan Moreira Junior, a imunoterapia foi uma das protagonistas da edição. "Os trabalhos apresentados no congresso consolidaram a imunoterapia como um tratamento cada vez mais relevante, principalmente para o câncer de pulmão, que representa aproximadamente 85% dos casos desse tipo de tumor. O volume de pacientes que se beneficiam dessa terapia é ainda maior do que imaginávamos", diz. O tratamento traz benefícios quando trabalhado isoladamente em pacientes metastáticos. Mas também quando associado à quimioterapia. "Outro estudo atualizado no congresso diz respeito à combinação de dois medicamentos de imunoterapia, que também se mostrou positiva. Ou seja, é uma terapia que ganha cada vez mais espaço, principalmente na área do câncer de pulmão. Já temos dados comprovados de ganho em sobrevida, além de ser uma droga menos tóxica que a quimioterapia", completa. 

CUSTOS ELEVADOS

Por outro lado, a desvantagem do tratamento são os altos custos envolvidos, como aponta o oncologista. "Já temos os medicamentos no Brasil. Mas precisamos seguir o estudo à risca e aplicar a terapia nos casos em que o benefício é comprovado", explica.

CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama também esteve em evidência na ASCO com o estudo Tailorx, que comprovou que um número menor de pacientes necessita de quimioterapia. A ferramenta utilizada foi um teste genômico para avaliar o risco de reincidência em pacientes após a cirurgia de retirada do tumor. O resultado deste exame fornece uma classificação de risco que ajuda o oncologista na tomada de decisão quanto ao tratamento a ser utilizado. "Pacientes que não têm linfonodos comprometidos na axila são classificados em grupos de baixo, médio ou alto risco de recidiva. Até então, a quimioterapia era indicada para pacientes de médio e alto risco, mas já havia dúvidas em relação aos casos de risco intermediário. O estudo comprovou que a quimioterapia não é necessária para grande parte dessas pacientes", explica o oncologista. "Infelizmente, o exame é pouco acessível devido aos custos. Ainda assim, é uma discussão relevante quando se pensa em qualidade de vida para o paciente, principalmente. Mas também em termos de gastos evitados com sessões de quimioterapia que não precisariam ser feitas", conclui Ivan Moreira.

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