Prédio centenário também abriga fotos e documentos históricos. Objetos revelam o contexto histórico marcado por episódios, como a Revolta da Vacina, e personagens emblemáticos como Oswaldo Cruz e Carlos Chagas - Reprodução
Prédio centenário também abriga fotos e documentos históricos. Objetos revelam o contexto histórico marcado por episódios, como a Revolta da Vacina, e personagens emblemáticos como Oswaldo Cruz e Carlos ChagasReprodução
Por O Dia

Rio - Na próxima quarta-feira, no auditório do Museu da Vida, em Manguinhos, acontece a cerimônia de entrega do 1º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Neurociência. Durante o evento, serão anunciados os vencedores das duas categorias em disputa: Neurociência e infecção por Zika vírus e Neuroinflamação e distúrbios de neurodesenvolvimento. O Prêmio reuniu um conceituado comitê científico para avaliação dos projetos inscritos, formado por especialistas da área de saúde de instituições de pesquisa e desenvolvimento do Brasil, França, Argentina e Uruguai.

Por sua contribuição no trabalho de infecção pelo vírus da Zika utilizando células tronco reprogramadas e organoides cerebrais humanos (mini cérebros), o pesquisador da UFRJ e do Instituto D’or, Steven Rehen, vai receber 30 mil euros (R$ 136 mil). Na divisão de distúrbios de neurodesenvolvimento, Flávia Gomes, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, receberá 120 mil euros (R$ 545 mil reais), divididos em três anos, pela investigação do papel da células gliais no desenvolvimento de novas terapias para as doenças neurais.

Segundo os pesquisadores, os trabalhos são de extrema relevância científica e tecnológica para o país, uma vez que o impacto do Zika trouxe novos desafios na neurociência e o aumento da incidência de doenças relacionadas ao envelhecimento da população – como Alzheimer e Parkinson – despertam a necessidade de novos fármacos. “Acreditamos no desenvolvimento da pesquisa científica como instrumento para melhorar a qualidade de vida das pessoas e, sobretudo, no potencial brasileiro para inovação em saúde. Queremos  reconhecer a qualidade da pesquisa nacional e incentivar seu desenvolvimento,” enfatiza Christophe Sabathier, Diretor Geral da Servier do Brasil.

Já Nísia Trindade, presidente da Fiocruz, destaca que os benefícios poderão ser usufruídos por toda a população. “O trabalho conjunto coloca em evidência as competências internas da Fiocruz e leva em conta as oportunidades de alcance e impacto social frente às conquistas em ciência e pesquisa no Brasil. Ao trazer o nosso melhor para compor esta parceria de sucesso, o benefício é de toda a sociedade”, afirma. 

Medicamentos contra o câncer

O evento também celebrará a assinatura do termo de cooperação técnico-científica para pesquisa de produtos naturais. A Servier e Fiocruz desenvolverão em conjunto um plano de trabalho que visa identificar composto bioativos contra o câncer. As unidades da Fiocruz envolvidas neste projeto são o Instituto Rene Rachou (IRR), em Minas Gerais, e o Instituto de Tecnologia em Fármaco (Farmanguinhos), no Rio de Janeiro, que mantém uma extratoteca com amostras de produtos de origem natural de plantas, fungos, entre outros com potencial para o desenvolvimento de medicamentos inovadores sintéticos e semi-sintéticos.

“O Brasil tem um grande potencial na pesquisa de produtos naturais e, junto à Fiocruz, somamos esforços para estabelecer uma cooperação científica para identificar potenciais medicamentos inovadores para tratamento do câncer. A parceria envolve transferência de tecnologia e intercâmbio de experiências entre as equipes. E o mais importante, o acordo dá a opção de transferência de tecnologia para o SUS dos medicamentos que poderão ser desenvolvidos”, explica Fernando Pontes-Soares, diretor do Centro Internacional de Pesquisa Terapêutica Servier do Brasil.

 

Serviço:

1º Prêmio Internacional Fiocruz Servier de Neurociência

Cerimônia de premiação

Dia: 11 de julho de 2018

Horário: 9h30

Local: Auditório do Museu da Vida

Endereço: Avenida Brasil, 4.365

Manguinhos, Rio de Janeiro

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