Por O Dia
Rio - Todos os pais desejam que a infância de seus filhos seja preservada com brincadeiras, aprendizado e leveza mas, em alguns lares, a época pode trazer preocupação e medo. O câncer é a maior causa de morte em crianças de 1 a 19 anos no Brasil, acometendo 8% da população infantojuvenil do país e, no Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantojuvenil, dia 23 de novembro, oncologistas atentam pacientes para os sintomas e o devido encaminhamento médico. 
O temor que carrega a palavra "câncer" pode ser amenizado com as palavras-chave do tratamento: diagnóstico precoce. Luiz Augusto Maltoni, cirurgião oncológico e diretor executivo da Fundação do Câncer, informa que, quando o tumor é identificado no início, as chances de cura ultrapassam 80% dos casos. No caso dos pacientes infantojuvenis, não tem como haver um monitoramento preventivo da doença, mas o tratamento deve ser ágil. Apesar das altas probabilidades de sucesso no tratamento, o diagnóstico deve ser tratado com bastante cuidado.
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"O recomendado é ser transparente e, no caso da criança, existe outra maneira de abordagem. Dependendo da idade, deve modular o tipo de informações, mas sempre falar a verdade de antemão e colocar a criança como participante do tratamento. Se ela souber o que está acontecendo com ela e com seu corpo, ajuda muito", explicou Maltoni. 
Depois do diagnóstico, a cautela com o tratamento do paciente infantojuvenil deve ser redobrada. O cirurgião oncológico recomenda que o acompanhamento seja feito em local especializado em câncer infantil. "Existem equipes preparadas para dar apoio para crianças, com amparo psicológico e equipe de enfermagem treinada. O melhor é que essa criança possa estar em um ambiente com facilidade de equipe disciplinar e com acesso aos métodos tratamentos, como quimio e radioterapia", frisou. 
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No caso de crianças e adolescentes, Maltoni recomenda o tratamento multidisciplinar, misturando os três principais tipos de tratamento: quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Todos os tratamentos para o câncer estão disponíveis gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Acompanhamento médico e diagnóstico precoce salvam vidas
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Com crianças e adolescentes, pais devem se atentar, principalmente, aos sintomas de dois grupos de câncer: não sólidos, como leucemia e linfomas; e sólidos, como neuroblastoma e sarcomas. No geral, não existe uma idade em que há maior incidência da doença, então o cuidado deve ser constante. 
No caso dos cânceres hematológicos, a leucemia e os linfomas, os principais sintomas são enfraquecimento dos músculos, pele pálida, facilidade de surgir hematomas, emagrecimento e aparecimento de gânglios no pescoço e na virilha.
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Já com os cânceres sólidos, os pais devem ficar atentos a emagrecimentos, alteração no volume do abdômen e no funcionamento do intestino. O sarcoma, tipologia da doença que afeta principalmente adolescentes, pode ser identificado por nódulos nos membros inferiores e superiores. Os tumores que acometem o sistema nervoso se apresentam por alterações no comportamento, vômitos, crises convulsivas e alteração na visão. Na identificação dos sintomas, os pais devem levar a criança no pediatra.
O cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni reforça a importância do diagnóstico precoce, principalmente no caso de crianças e adolescentes. "Como as células são muito novas e mais ativas, se multiplicam muito mais rápido e, consequentemente, respondem mais rápido ao tratamento", explicou. Apesar de raro, o acompanhamento médico deve ser feito também para identificar cânceres genéticos, como o retinoblastoma. 
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O tratamento tradicional para o câncer já é conhecido, a quimioterapia. Entretanto, no caso de crianças, o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni recomenda que o acompanhamento envolva mais de um tipo de tratamento, ou seja, incluindo também radioterapia e hormonioterapia. "Enquanto os hematológicos respondem bem à quimioterapia, os tumores sólidos requerem a quimio associada com a cirurgia para remoção do tumor", informou.