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Por Julia Noia*

Rio - Uma novidade tecnológica ajudará pacientes que sofrem com a tuberculose a se manterem focados na busca pela cura completa. O aplicativo Tuberc, em fase de desenvolvimento pelo grupo Radix, foi apresentado, dia 29 de novembro, em evento da Fiocruz para promover iniciativas tecnológicas para a saúde. A ferramenta permitirá que médicos acompanhem a progressão do tratamento dos pacientes e, a partir de 2020, poderá estar disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

O app oferecerá uma rede de sustentação aos infectados. Todos os dias, eles poderão registar a medicação utilizada e seus possíveis efeitos colaterais, além de contar com um fórum de dúvidas, assuntos diversos, uma seção de "mito ou verdade" sobre a doença, uma área de notícias e um calendário de eventos. 

"O nosso principal desafio era buscar uma forma de incentivar essas pessoas a permanecerem se cuidando até o fim da doença, que leva de 6 a 18 meses. Como há uma melhora em pouco tempo, o paciente acha que já está curado e abandona o tratamento", explicou Kaio Siqueira, integrante da equipe Radix. Ele explicou, ainda, que a Fiocruz vai providenciar o apoio financeiro necessário para as próximas etapas do desenvolvimento do aplicativo. 

A parceria com o SUS vai garantir que, por meio da carteira nacional, o paciente possa agendar consultas, exibir a carteira de saúde virtual e o acompanhamento a distância feita pelo médico.

 

Enfermidade já foi 'mal do século'
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Responsável por levar precocemente à morte artistas em geral, a tuberculose foi considerada o 'mal do século XIX'. O poeta Castro Alves foi uma de suas vítimas, em 1871, aos 24 anos. A doença vitimou muita gente no século XX, como o músico Noel Rosa (1937), aos 26 anos.
Pelo alto índice de mortalidade e por ser associada à vida boêmia, a doença era vista como uma maldição entre as famílias, que escondiam da sociedade quando um dos membros ficava tuberculoso.
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A literatura e o cinema já exploraram muitas vezes o drama de quem tinha, entre os seus, um contaminado pelo mal. É o caso dos livros 'Floradas na Serra', de Dinah Silveira de Queiroz; 'A montanha mágica', de Thomas Mann; e 'A dama das camélias', de Alexandre Dumas Filho.
Nas telonas, o drama apareceu em 'Moulin Rouge', de Baz Luhrmann, e 'Yentl', de Barbra Streisand, entre outras obras, especialmente as ambientadas no século retrasado.
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Prevenção começa com BCG
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O longo tratamento da tuberculose faz com que boa parte dos pacientes desistam antes de completarem o tempo necessário. O infectado deve tomar os antibióticos específicos por, no mínimo, seis meses. Para evitar o medo de muitos meses sob medicação, a solução é se prevenir. 
Logo nos primeiros meses de vida, a vacina BCG é a primeira forma de prevenção à tuberculose, e garante a defesa para 50% a 80% das pessoas sem deficiências no sistema imunológico, aponta a clínica geral Carolina Piffer. A medicação secundária é recomendada para parentes diretos de pacientes com diagnóstico recente de tuberculose.
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No geral, um médico deve ser consultado caso seja observada uma tosse que persista mais de duas semanas, com ou sem expectoração de sangue, além de emagrecimento, inapetência, fadiga, sudorese noturna e febre baixa no final da tarde.
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