Por O Dia
Publicado 12/01/2020 00:00

Os cuidados com o corpo levam milhares de pessoas a encherem academias e consultórios de nutricionistas, ávidos em alcançar a silhueta desejada. Assim como o corpo, a mente também merece uma série de cuidados. Por isso, no primeiro mês do ano profissionais de saúde mental promovem o Janeiro Branco, para a conscientização sobre tratamento e identificação de doenças e transtornos da área psíquica/psicológica.

O cuidado com as doenças mentais deve ser valorizado no mundo inteiro, principalmente após o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS). A instituição aponta que, este ano, a depressão será a enfermidade mais incapacitante do mundo.

No Brasil, o aumento do número de pessoas com doenças mentais, como depressão, ansiedade e transtorno afetivo bipolar, alarma especialistas. Dados recentes, também da OMS, indicam que 5,8% dos brasileiros sofrem de depressão, enquanto 9,3% convivem com o transtorno de ansiedade.

"A campanha do Janeiro Branco é importante para trazer luz e esclarecimento sobre a saúde mental, e reforçar que esses transtornos e doenças são coisas sérias. Podemos abranger tanto a questão da prevenção quanto dos tratamentos, e compreender que saúde emocional também deve ser uma prioridade na nossa vida. Quando a gente está bem emocionalmente, tudo flui bem", explicou o psicólogo Romanni Souza. 

Para ele, muitos tabus interferem na difusão do tratamento. "No senso comum, algumas pessoas ainda acreditam que a pessoa tem ansiedade 'porque é mais fraca'. Não necessariamente. Tem fatores genéticos envolvidos e também a influência do meio onde se vive.

Outro tabu é achar que 'tudo bem tratar coisas físicas, mas o psicológico, eu posso deixar em segundo plano'. Só que, hoje, os diversos tipos de transtornos psicológicos, somados, já são os que mais afastam as pessoas de suas vidas profissionais", informou.

O acompanhamento dos pacientes pode ser feito no Sistema Único de Saúde (SUS) a partir da Política Nacional de Saúde Mental, que garante uma Rede de Atendimento Psicossocial, com apoio psicológico e psiquiátrico, além de distribuição de medicação.

Suporte em casa

O papel da família não pode ser dispensado no tratamento, uma combinação entre acompanhamento psicológico e psiquiátrico. A psicóloga Rosângela Baruffaldi reforça a importância do apoio dentro de casa.

"Eu prefiro falar com a família, porque ela precisa entender que o sentimento do paciente é verdadeiro. O acolhimento é primordial e, dependendo do caso, devemos instruir familiares a ficarem responsáveis pelo medicamento", afirmou.   

 

Elas consomem mais antidepressivos
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As mulheres são as que mais consomem antidepressivos. Segundo estudo da Functional Health Tech, o uso do medicamento cresceu 23% entre 2014 e 2018, principalmente entre consumidoras com mais de 40 anos.
"Na procura por antidepressivos, é importante considerar questões hormonais, principalmente em fases como adolescência, gravidez e menopausa, que influenciam na liberação de serotonina e de oxitocina, hormônios associados ao prazer e à felicidade", explicou o psicólogo Romanni Souza.
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Além disso, ele ainda aponta como outro fator relevante o 'tempo urgente', ou seja, a necessidade que grande parte das mulheres têm de realizar muitas atividades em prazos curtos, para dar conta de trabalho, filhos e casa. A mente sobrecarregada por acúmulo de atividades gera estresse, que pode se transformar em depressão, aponta o especialista.

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