O Hospital Regional, em Volta Redonda, hoje é utilizado pelo Governo do Estado como uma unidade referência para tratamento da covid-19 - Divulgação
O Hospital Regional, em Volta Redonda, hoje é utilizado pelo Governo do Estado como uma unidade referência para tratamento da covid-19Divulgação
Por O Dia
Volta Redonda - O Hospital Regional, situado em Volta Redonda, hoje é utilizado pelo Governo do Estado como uma unidade referência para tratamento da covid-19, o novo coronavírus. Entretanto, dos mais de 200 leitos, sendo cerca de 140 de enfermaria e 40 de UTI/CTI, apenas 13 são ocupados por moradores de Volta Redonda. Estando 11 em enfermaria e dois em unidade intensiva.

Mas mesmo com uma utilização pequena por moradores da cidade, Volta Redonda terá que pagar uma conta milionária do Hospital Regional. O prejuízo deverá ser de mais de R$ 10 milhões por conta da desapropriação para construção da unidade.

A Prefeitura de Volta Redonda é ré em dois processos judiciais em ações de desapropriação para construção do Hospital Regional e do CRIAM (atual Degase). Tratam-se dos processos 0016210-11.2009.8.19.0066 e 0016212-78.2009.8.19.0066.
Volta Redonda terá que pagar mais de R$ 10 milhões pela desapropriação do Hospital Regional feita em 2009 - Divulgação
Os dois terrenos, de cerca de 200 mil metros quadrados cada, foram desapropriados pelo antigo governo municipal de Volta Redonda em 2009. O valor de cada um, colocado no processo de desapropriação, foi de cerca de R$ 300 mil cada. O caso foi parar na Justiça e os proprietários dos terrenos questionaram os valores.

A Justiça em Volta Redonda determinou que um perito, o engenheiro Pedro Ermídio, fizesse o levantamento correto do valor dos terrenos. Os valores levantados dentro do processo foram de R$ 5.189.568,00 e R$ 5.661.315,00. O processo ainda segue na Justiça.

A reportagem procurou o prefeito Samuca Silva que confirmou que os valores já chegam a mais de R$ 10 milhões somente pela desapropriação dos terrenos para construção da unidade.

“Esse é um dos casos de desapropriação com valores inferiores que depois, na Justiça, eram muito maiores e faz com que a dívida da prefeitura seja muito grande. Essa prática era muito comum na prefeitura. Mas conseguimos mudar isso. Mas infelizmente essas práticas contribuíram para que a cidade tenha uma dívida de mais de R$ 1,5 bilhão”, disse o prefeito.

Samuca Silva ainda revelou que através de órgãos de controle interno, a prefeitura abriu Tomada de Conta para apurar gastos do município na construção do Hospital Regional.

“Essa Tomada de Contas continua e já identificamos alguns repasses irregulares feitos ao governo do Estado como contrapartida. Estamos esperando esse resultado para entrar na Justiça visando que o erário público seja ressarcido e os responsáveis penalizados”, comentou.