Por gabriela.mattos

Minas Gerais - O goleiro Bruno Fernandes chorou ao receber a notícia sobre o habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi divulgada pelo advogado de defesa do ex-jogador do Flamengo, Lúcio Adolfo, em entrevista ao Estado de Minas. Preso desde 20 de julho de 2010, o atleta foi condenado a 22 anos e três meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela morte da modelo Eliza Samúdio. Ele respondia pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, sequestro e cárcere privado, além de ocultação de cadáver.

Goleiro Bruno foi preso em 2010Reprodução / Record

Ao Estado de Minas, o advogado disse que goleiro pensa em voltar aos gramados após sair do Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Santa Luzia. Adolfo contou que o ex-jogador teve um "choque bom".

“No primeiro instante chorou. Já está na expectativa de sair. Ele quer voltar a jogar futebol. Está com 30 anos e vai trabalhar para isso", afirma o advogado, que chegou cedo à APAC para tentar logo a soltura de Bruno. 

Bruno pode ser solto ainda nesta sexta-feira, mas depende apenas da assinatura do juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). "A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória", explicou o ministro Marco Aurélio Mello na decisão.

A defesa do goleiro apelou da decisão da Justiça. Ao STF, os advogados alegaram "excesso de prazo da constrição cautelar, uma vez transcorridos mais de 3 anos desde o julgamento, sem análise da apelação" e afirmaram tratar-se de antecipação de pena. Os defensores destacaram ainda "as condições pessoais favoráveis do paciente — primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita" e pediram a revogação da prisão.

Relembre o caso

Eliza Samúdio, que na época tinha 25 anos, desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Naquela época, ela era amante do goleiro e mãe do filho recém-nascido de Bruno. Ele era o goleiro titular do time do Flamengo.

Além de Bruno, outros cinco réus foram condenados pela morte de Eliza. Em setembro de 2015, ele foi transferido do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, para o Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Santa Luzia. 

A transferência, que foi pedida pelo próprio atleta, foi determinada pela Justiça e autorizada pela juíza da Comarca de Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura. Antes da liberação, a juíza analisou o histórico de conduta de Bruno durante o período em que ele esteve preso. No novo local, o ex-goleiro podia participar de atividades e oficinas de socialização.

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