Minas Gerais - O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu um habeas corpus ao goleiro Bruno Fernandes de Souza na manhã desta sexta-feira. Preso desde 20 de julho de 2010, o ex-jogador foi condenado a 22 anos e três meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela morte da modelo Eliza Samúdio. Ele respondia pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, sequestro e cárcere privado, além de ocultação de cadáver.
Bruno pode ser solto ainda nesta sexta-feira, mas depende apenas da assinatura do juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG). "A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7 meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória", explicou o ministro Marco Aurélio Mello na decisão.
A defesa do goleiro apelou da decisão da Justiça. Ao STF, os advogados alegaram "excesso de prazo da constrição cautelar, uma vez transcorridos mais de 3 anos desde o julgamento, sem análise da apelação" e afirmaram tratar-se de antecipação de pena. Os defensores destacaram ainda "as condições pessoais favoráveis do paciente — primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita" e pediram a revogação da prisão.
Procurado pelo DIA, o advogado de defesa, Lúcio Adolfo, ainda não se pronunciou sobre o caso.
Relembre o caso
Eliza Samúdio, que na época tinha 25 anos, desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Naquela época, ela era amante do goleiro e mãe do filho recém-nascido de Bruno. Ele era o goleiro titular do time do Flamengo.
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Além de Bruno, outros cinco réus foram condenados pela morte de Eliza. Em setembro de 2015, ele foi transferido do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, para o Centro de Reintegração Social (CRS) da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado (APAC) de Santa Luzia.
A transferência, que foi pedida pelo próprio atleta, foi determinada pela Justiça e autorizada pela juíza da Comarca de Santa Luzia, Arlete Aparecida da Silva Coura. Antes da liberação, a juíza analisou o histórico de conduta de Bruno durante o período em que ele esteve preso. No novo local, o ex-goleiro podia participar de atividades e oficinas de socialização.
Macarrão confessa que levou Eliza Samudio para a morte
Um dos condenados pela morte de Eliza, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, confessou que levou Eliza Samudio para a morte. O réu relatou detalhadamente todos os fatos que antecederam o crime, sem confessar o que realmente aconteceu com a vítima, e apontou o ex-atleta do Flamengo como o mandante.
De acordo com Macarrão, o ex-jogador do Flamengo mandou que ele levasse Eliza a um lugar, em frente a Toca da Raposa, pois teria uma pessoa esperando ela. Após tentar persuadir Bruno a não fazer nada contra Eliza, o réu explicou, no tribunal, como foi o "caminho da morte" da modelo.
?Com informações do Estadão Conteúdo