Por caio.belandi

Recife - A organização criminosa que assaltou a transportadora de valores Brinks na madrugada do dia 21 de fevereiro, no Recife, é ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC). É o que afirmou, nesta quarta-feira, o delegado titular da Delegacia de Roubos e Furtos da Polícia Civil de Pernambuco, João Gustavo Godoy, responsável pela investigação, denomidada Operação Durga, deflagrada na terça-feira em Pernambuco, São Paulo e no Rio Grande do Norte.

Policiais civis de Pernambuco%2C Rio Grande do Norte e São Paulo participaram da operaçãoReprodução/TV Globo

Cinco dos seis suspeitos com mandados de prisão emtidos foram detidos, incluindo os principais integrantes da organização em Pernambuco. A quadrilha tem braços em vários estados.

Um dos suspeitos é um morador de Nova Odessa (SP) e está foragido. Ele é apontado como a pessoa que estabeleceu a relação com o PCC. De acordo com Godoy, o homem foi preso em 2008  junto com o suposto líder da organização. Na época, foram acusados de explodir um estabelecimento financeiro na região da Mata Sul pernambucana. “Foi quando começou a parceria dos dois”, informou o delegado.

A partir daí, eles formaram uma organização criminosa complexa, com divisão de tarefas, e inclusive com terceirização de práticas criminosas. “Muitas partes dessa ação são subcontratadas. O armamento vem de um estado, as pessoas que vão agir vem de outros, e depois da ação, cada um vai embora para os seus estados, o que dificulta a ação da polícia”, disse.

Operação prendeu cinco; assalto teve de 12 a 15 participantes

Entre os presos, estão dois homens de confiança do suposto líder da quadrilha. Um deles aparece em imagens de câmeras de segurança que registraram outros roubos, como a explosão de um caixa eletrônico localizado dentro do Instituto Ricardo Brennandt, no Recife.

Outros dois alvos dos mandados já estavam presos por outros crimes. Um deles está no Recife, no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), onde foi identificada negociação de cerca de R$ 50 mil por meio de agiotagem dentro da unidade prisional. O outro é do Rio Grande do Norte e está preso há três meses. Há ainda indícios da atuação do grupo em Alagoas.

A polícia estima que de 12 a 15 pessoas tenham participado do assalto à transportadora Brinks. O valor roubado permanece indeterminado, mas os investigadores dizem que é menor do que os R$ 60 milhões que chegou a ser noticiado pela imprensa à época. “O braço de Pernambuco foi esfacelado e todo mundo foi preso. A gente ainda tem que avançar para prender os outros e identificar a estrutura financeira e tentar fazer bloqueios para impedir a continuidade da organização”, afirmou o delegado responsável pelo caso.

A dimensão do assalto chamou a atenção. O ataque à transportadora ocorreu em fevereiro, no Recife. Os assaltantes organizaram uma operação complexa para o roubo, com carros blindados, caminhões, carros incendiados para bloqueios de vias e armamento pesado, como fuzis – inclusive de ataques antiaéreos.

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