Por luana.benedito

São Paulo - A filósofa Judith Butler foi agredida ao embarcar no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, na manhã desta sexta-feira. De acordo com relatos de testemunhas, a escritora estava na área de check-in quando foi perseguida por uma mulher que segurava um cartaz com a foto de Butler envolta no símbolo de proibido. Além de xingamentos, a agressora também chegou a empurrar a norte-americana com o cartaz feito de madeira e cartolina.

Nesta terça-feira, grupos contrários e favoráveis a presença de Butler realizaram uma manifestação em São PauloAFP

A agressora foi identificada como Celene de Carvalho. A mulher, que trabalha no ramo de hotelaria, participou do protesto contra a filósofa nesta terça-feira. Em entrevista à reportagem ela explicou os motivos de sua presença. "Ela é personificação da ideologia de gênero, uma falsa acadêmica que defende uma falsa ideologia". 

Manifestantes contrários a presença da filósofa queimaram um boneco com rosto de ButlerAFP

Uma testemunha, a MC Danieli Lima, estava no local e tentou intervir. "Falei que ela não podia fazer aquilo, que estava sendo violenta e homofóbica, além de muitas outras coisas. Ela olhou pra mim, abriu os braços e gritou: Quem é você? Você é feia! Olha esse seu cabelo, olha essa sua cor, vai arrumar o cabelo. Você é feia!", conta em sua página no Facebook.

O grupo Ativistas Independentes filmou ao vivo a movimentação. Em um trecho do vídeo é possível ouvir a mulher planejando a agressão. "Acho que o que nós precisamos fazer é esperar, ela vem pra cá despachar a bagagem e podemos cercar e seguir ela por aqui".

Protestos

Grupos a favor e contra a realização da palestra da filósofa em um seminário da Universidade de São Paulo (USP) protestaram nesta terça-feira, em frente ao Sesc Pompeia, na Zona Oeste de São Paulo. Na ocasião, manifestantes contrários a presença de Butler chegaram a atear fogo em um boneco com o rosto da escritora, aos gritos de "queima, bruxa". 

*Com informações do Estadão Conteúdo

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