Rio - O desafio de Paulo Barros em sua estreia na Mocidade não era fácil. Recuperar a força da escola que há tanto anos está fora do desfile das campeãs e não vence desde 1996 aumentou ainda mais a pressão sobre o carnavalesco. Apesar de não fazer um desfile arrebatador, Paulo Barros concebeu uma apresentação marcada pela originalidade e criatividade.
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Quem estava na Sapucaí entendeu perfeitamente que o enredo brincava com os desejos do ser humano às vésperas do fim do mundo. Inspirado na famosa música "O último dia" de Paulinho Moska e Billy Brandão, o tema foi contado com extrema clareza.
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As prometidas surpresas de Paulo Barros começaram na comissão de frente, que se apresentou de forma integrada com o casal de mestre-sala e porta-bandeira Diogo Jesus e Lucinha Nobre. Extremamente bem ensaiada, a dupla ousou na coreografia - com "fogo" que impactou a Avenida - e em alguns momentos chegou a se apresentar à frente da comissão de frente, fato totalmente inédito no Carnaval. A ousadia da iniciativa merece aplausos. No entanto, pode dificultar a avaliação dos julgadores dos dois quesitos, pois a exibição conjunta por alguns momentos ficou confusa.
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Outro grande momento do desfile foi a passagem da bateria, que representava a contagem regressiva de uma bomba. Os ritmistas arreperiaram a Sapucaí com diversas paradinhas. O espetáculo ficou ainda mais bonito devido ao efeito das fantasias, com iluminação especial de LED. À frente da bateria, a cantora Clauda Leitte fez uma estreia positiva. Se por um lado faltou mais interação com os ritmistas, Claudia procurou interagir bastante com o público e não comprometeu o desempenho da bateria.
O mundo não acabou depois da passagem da Mocidade, mas a escola mostrou força e honrou os melhores momentos de sua história. O torcedor, agora, já pode esperar por uma colocação na Quarta-feira de Cinzas.
