Por thiago.antunes
Rio - Os detalhes da negociação entre o estado e a União para a recuperação fiscal do Rio serão fechados hoje, informou à coluna o governador Luiz Fernando Pezão.“Fecha amanhã (hoje), quando o Meirelles (ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que volta do Fórum Econômico Mundial, em Davos) chegar”, afirmou.
Com o acordo, Pezão espera chegar em fevereiro com os salários do funcionalismo em dia, inclusive o décimo terceiro. “Até final de fevereiro quero chegar com os salários em dia”, afirmou o governador.
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Ele acrescentou que trabalha para garantir que o calendário de pagamento dos salários seja estabelecido para o quinto dia útil, mas que, por enquanto, não há como garantir as datas: “Vamos ver, dependo do acordo. É o que mais quero, mas não é fácil”, alegou.
Pezão espera que salários do funcionalismo sejam regularizados em fevereiroABr

Já se sabe que a negociação envolve a criação de uma taxa previdenciária extraordinária e temporária para o funcionalismo (a princípio, de 6% para inativos e pensionistas e de 8% para ativos), além da elevação da alíquota da contribuição previdenciária (para quem paga atualmente) de 11% para 14%.

Esses pontos também dependem das palavras finais de Meirelles, que vem se reunindo com a equipe técnica do Rio, além do governador. “Só quando o Meirelles bater o martelo”, disse Pezão, lembrando que o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, está com “ equipe grande e com procuradores” em Brasília, estudando e fechando os detalhes que envolvem o acordo.
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Dívida suspensa
A recuperação fiscal suspenderia a quitação da dívida com a União (por três ou quatro anos) e isso inclui os contratos de operações de créditos com bancos. Em 2017, representa alívio de R$ 6,5 bilhões para os cofres do Rio. Se o estado conseguir suspender pagamento de dívida e de contratos de operações de créditos de 2017 a 2020, deixará de pagar R$ 34,5 bilhões no período.

Governo tenta obter empréstimo de R$ 20 bilhões

Está em estudo no plano de recuperação fiscal do estado um empréstimo de até R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos. A operação de crédito teria aval do governo federal. O Tesouro Nacional seria, assim, o garantidor dessa operação financeira.

As conversas com o Banco do Brasil têm sido intensas. E ainda entrariam nesse grupo a Caixa Econômica Federal e, possivelmente, o Bradesco.  Para o plano de recuperação vingar, o estado tem que dar contrapartidas aos bancos e a principal moeda de troca é a privatização da Cedae. A ideia é que a companhia seja federalizada e vendida. As ações da empresa seriam as garantias para os empréstimos bancários.

Henrique Meirelles volta de Davos%2C na Suíça%2C hoje%2C e baterá martelo sobre pontos da negociação com Pezão%2C secretário de Fazenda%2C Gustavo Barbosa e equipe do RioTânia Rêgo /ABr

Um ponto divergente nas negociações seria o valor estimado da companhia, segundo fontes. Pelos cálculos do governo fluminense, a Cedae valeria cerca de R$ 10 bilhões. Mas especialistas do setor indicam fragilidades que prejudicariam a negociação, pois pesariam no valor da empresa.

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O aumento da contribuição previdenciária, a taxação extra e o congelamento de reajustes do funcionalismo são outras contrapartidas.
Pressão faz pensionistas receberem

A pressão de policiais civis, delegados e agentes penitenciários funcionou e o estado decidiu pagar ontem os pensionistas da Segurança, ao contrário do que vem sendo feito nos últimos meses. O crédito, segundo o governo, ocorreu até a meia-noite de ontem, e incluiu beneficiários de pensões da PM, Polícia Civil, Secretaria de Administração Penitenciária, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Os policiais civis e agentes penitenciários fizeram assembleia, na segunda-feira, e as categorias decidiram pela paralisação. Já os delegados fizeram assembleia no dia 12 e também deliberaram a greve.

Os policiais reivindicaram pagamento integral das categorias, sem distinção entre ativos, inativos e pensionistas, crédito do 13º e pedem que o estado pague os salários no quinto dia útil.

Além disso, policiais civis esperam o pagamento de horas extras do 2º semestre de 2016 e das premiações do Sistema Integrado de Metas (SIM) desde o 2º semestre de 2015. Os bombeiros fizeram assembleia ontem. Foi decidido que o militar sem condições de ir trabalhar declare hipossuficiência no quartel mais próximo, entre outros pontos.