Por thiago.antunes

Rio - No Rio, em São Paulo, e em todas as regiões do Brasil há áreas em que concessionárias de serviço público, seja de energia elétrica, de limpeza urbana ou transporte, não conseguem atingir nem prestar serviços básicos de manutenção ou reparo por questões de segurança. São regiões carentes e que pelos altos índices de violência são classificadas de "áreas com severas restrições operacionais".

É questão estratégica para o setor de energia elétrica porque tanto governos quanto o órgão regulador não diferenciam uma região da outra. Bairros onde equipes trabalham normalmente assim como aqueles em que não se pode entrar são classificados da mesma forma. E as multas por desempenho do fornecimento (frequência ou tempo de interrupções - os índices DEC e FEC) são semelhantes nas diversas regiões da cidade.

Mas as áreas com restrições variadas não são iguais nem podem ser tratadas como outros bairros que não apresentam esses problemas. Em regiões com severas restrições impostas pelo tráfico ou milícias, os técnicos das concessionárias precisam de autorização especial para entrar e fazer o conserto dos transformadores ou das ligações interrompidas. Nem sempre o serviço pode ser prestado com a eficiência e a urgência que demandam.

Furto de energia

Num momento de revisão do marco regulatório do setor, a questão merece atenção. Especialmente, porque na Região Metropolitana do Rio 55% do furto de energia se concentra justamente nessas áreas com restrições operacionais assim como a maior quantidade dos casos de inadimplência. Tanto furto quanto atraso no pagamento seriam bem menores se as concessionárias de energia elétrica contassem com regras diferenciadas para atuar nesses locais.

As empresas do setor estão comprometidas em prestar o melhor serviço aos consumidores e a atender a todas as demandas com urgência, mas nem sempre podem fazer isso. Todos perdem com a falta de luz que é um item essencial para aumentar a segurança e a qualidade de vida dos moradores de todas as regiões do país.

Sérgio Malta é presidente do Conselho de Energia da Firjan

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