Rio - 25/08/2020 - Pauta sobre café. Na foto, a preparação da média e pão com manteiga feitos pelo balconista, Francisco Eudes, na padaria, Panificação Estudantil, na Tijuca. Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia BylineEstefan Radovicz / Agência O Di

Rio - O preço do café com leite e do pão na chapa disparou nas padarias nos últimos meses em razão do aumento do grão e do trigo. De acordo com levantamento da Proteste, associação de consumidores, a consumação da bebida e do paõzinho fora de casa no ano passado houve uma variação de 208% e 200%, respectivamente, comparado a 2020. Na pesquisa, também constatou que o café expresso teve alta de 60%. 
Na cidade carioca, o preço mínimo encontrado foi de R$ 3,90, o máximo de R$ 12 e o médio de R$ 6,39 para a bebida. A segunda maior variação foi no preço do pão na chapa, 200%. Para esse item, o menor preço identificado foi R$ 3, o máximo, R$ 9 e o médio, R$ 4,32. Em valores absolutos, a maior diferença encontrada foi no café com leite, R$ 8,10 em cada copo pequeno, enquanto o pão na chapa teve diferença de R$ 6. 
Além dos dois produtos, o salgado teve variação de 133%, com preço mínimo de R$ 6, máximo de R$ 14 e média de R$ 8,58. A diferença para 2020 foi de R$ 8. Também há na lista o suco de laranja pequeno com valor mínimo de R$ 6, máximo em R$ 13 e o médio em R$ 8,40. Com isso, a diferença para o ano retrasado
ficou em R$ 7 (variação de 117%). Por fim, o café expresso simples teve o mínimo de R$ 5, máximo R$ 8 e o valor médio de R$ 6,69. A variação ficou em 60%, com diferença de R$ 3.
Vale destacar que a maioria dos itens pesquisados apresentou variações maiores que 100%, ou seja, todos a maioria dos itens chegam a custar mais que o dobro dentro da cidade carioca. O café expresso teve uma variação de 60%. No local mais barato foi encontrado por R$ 5, enquanto no mais caro, por R$ 8, ou seja, a economia é de R$ 3 por cada café. No caso desta pessoa beber um café por dia útil, considerando que o mês tenha 22 dias uteis, a economia seria de R$ 66 no mês e, projetando para 11 meses (tirando um mês de férias), ela economizaria R$ 726 no ano.
Em média, os estabelecimentos de estilo gourmet são mais caros que os tradicionais. Chegando a variar, em média, 69% para o café com leite e 51% para o pão na chapa. O item que menos variou, por estilo de loja, foi o café expresso, com 14%.
Para apreciar um café expresso e um pão na chapa, o consumidor carioca desembolsa entre R$ 8 e R$ 17, uma variação percentual de 100%, o dobro do custo, optando pela loja mais cara ao invés da mais barata.
O levantamento de preços foi realizado na cidade entre os dias 18 a 28 de fevereiro, através dos colaboradores em campo da Proteste, que coletaram os preços dos produtos selecionados como amostra. Foram visitados 43 estabelecimentos no Rio de Janeiro entre cafeterias, confeitarias, delicatessen,  lanchonetes e padarias, com a coleta de 210 preços na cidade carioca. Além disso, os estabelecimentos foram segmentados por estilos: tradicional e gourmet. Consideramos lojas do tipo padaria, lanchonetes e Confeitaria como lojas tradicionais e as lojas tipo cafeteria, delicatessen, chocolates e outras como gourmet.
Dicas
Para isso, a Proteste orienta dicas para economizar no lanche fora de casa. Segundo a associação, o que é gasto comendo fora de casa não se limita apenas ao valor do prato no restaurante. No intervalo da tarde é grande a tentação de comprar um sanduíche, um salgado ou vitamina para matar a fome, aumentando as despesas do dia.
"Uma forma de reduzir o valor deste lanche do intervalo é levar algumas coisas de casa. Pode ser uma fruta, um pacotinho de biscoitos, barrinhas de cereal, um iogurte, enfim, o que preferir. Se colocar na ponta do lápis, o consumidor vai ver que sai mais barato incluir estes itens nas compras de supermercado do que todo dia comprar na lanchonete", indica a Proteste.
Outra dica é que a rotina, muitas vezes, é tão corrida que os consumidores não encontram tempo para conhecer direito a região onde trabalham. Mas o ideal tirar um tempinho para explorar melhor o local pode ajudar a diminuir os gastos médios com alimentação.
"O levantamento de preços mostrou que a discrepância, dentro de uma mesma cidade, é exorbitante. É de suma importância que o consumidor também esteja atento a variação de preço nos estabelecimentos localizados no mesmo bairro e na mesma rua. Vale ressaltar que o café é um dos itens mais consumidos no Brasil e o preço hoje em dia está bastante caro", afirma a associação.
Por lei, os preços de produtos e serviços devem estar expostos de forma clara nos estabelecimentos de venda. De acordo com a Proteste, é preciso que o consumidor tome conhecimento do preço, antes de efetuar a compra, para que possa refletir sobre seus gastos diários, principalmente sobre pequenas quantias. "Os resultados da análise dos preços reforçam, uma vez mais, a necessidade de pesquisa, pelo consumidor, antes de realizar suas compras. Finalmente, aqui se destaca a relevância do estudo realizado pela Proteste, como potente aliado do consumidor no momento de tomada de decisão ao realizar suas compras", finaliza.