Rio - O possível fim do Ministério do Trabalho, anunciado na última quarta-feira pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), criou um clima de incerteza em relação à continuidade de programas desenvolvidos pela pasta, que deve ser incorporada a outro ministério a partir de 2019. Entre eles, o aplicativo Sine Fácil, que conecta candidatos a trabalhadores. Instalado por 2 milhões de internautas, o dispositivo lançado em maio do ano passado já encaminhou mais de 840 mil trabalhadores para seleções de emprego em todo o país.
Na plataforma, o empregador cadastra vagas, consulta o banco de candidatos aprovados pela pasta e marca entrevistas e processos seletivos. Tudo é feito por meio digital. Segundo especialistas, o uso desse tipo de tecnologia é uma realidade sem volta.
Sonia Garcia, que atua no setor de RH, acredita na continuidade da plataforma no próximo ano, mesmo com o possível fim do Ministério do Trabalho. "O aplicativo pode passar por adaptações, mas não há motivos para a interrupção da ferramenta. Hoje, as coisas se resolvem pela internet. As próprias entrevistas de emprego são feitas por vídeo", opina.
Rodrigo Bicalho, CEO RH FAST, aplicativo que também conecta profissionais a vagas, critica a ferramenta do governo federal. Segundo ele, há iniciativas do tipo oferecidas pelas empresas. "O modelo do Sine já se encontra obsoleto. O RH das empresas já possui acesso direto a novas tecnologias que otimizam todo o processo de busca de candidatos", avalia.
'Apps ajudam a economizar'
Entretanto, a incerteza em relação ao aplicativo gera preocupação em quem está à procura de emprego. É o caso de Jorge Leal, de 43 anos, que está desempregado há 4 meses. "Procurar emprego não é barato. Você passa o dia rodando. Tem que comer, pagar passagem. Esses aplicativos ajudam a economizar o que não temos, além de aumentar as chances de conseguir um trabalho", analisa.
