Por pedro.logato

Rio - Em 1995, Leonardo foi a grande contratação do Vasco para a disputa do Brasileiro daquele ano. Entretanto, para trazer o atacante do Sport, a diretoria do Gigante, de quebra, precisou acertar também a vinda do até então desconhecido Juninho. Começava assim a história de um dos maiores ídolos da história do clube. O primeiro atleta não vingou na Colina. Já o segundo, que chegou como um contrapeso no negócio, estava prestes a iniciar seu reinado. Dezenove anos depois, o Reizinho se despede como um dos atletas mais vitoriosos em São Januário.
Juninho chegou como contrapeso, acabou ídoloCarlos Moraes / Agência O Dia
Após a adaptação em 1996, vieram os títulos do Brasileiro de 1997 e do Estadual no ano seguinte. Na conquista da Libertadores, Juninho enfim escreveu de vez o nome na história do Vasco. O gol ‘Monumental’, de falta, na semifinal contra o River Plate, virou música e até hoje é lembrado nas arquibancadas.
Em 2000, após a conquista da Copa Mercosul, quando inflamou os torcedores ao bater forte no peito antes da virada de 3 a 0 para 4 a 3, contra o Palmeiras, e do título na Copa João Havelange, ele deixou o clube. Conseguiu a quebra de seu contrato e foi para o futebol francês.
Publicidade
UM DEUS EM LYON
No Lyon, o Reizinho tornou-se ícone ao ajudar o time, que nunca havia sido campeão, a conquistar sete títulos nacionais consecutivos. Em 2006, o sonho de disputar a Copa do Mundo pela Seleção foi realizado com direito a gol no Japão.
Publicidade
A missão na França já havia sido cumprida quando Juninho foi atuar no Al Gharafa, do Catar, em 2009. Foram duas temporadas e quatro títulos. Em 2011, o craque, enfim, aceitou a proposta de voltar para São Januário.
Recebido com grande festa em junho daquele ano, por pouco Juninho não voltou a ser campeão brasileiro — o Vasco terminou em segundo. Sem sucesso na temporada seguinte, o camisa 8 aceitou proposta do New York Redbulls.
No entanto, foi apenas um até logo. Sem clima nos EUA, voltou seis meses depois. Mas a idade pesou. Aos 38 anos, não conseguiu render, se machucou e não ajudou a equipe a fugir da Série B. As dores na coxa direita continuaram, levando Juninho a encerrar de vez seu reinado.
Publicidade
Antes mesmo da coletiva que vai oficializar a despedida, segunda-feira, um dos maiores ídolos do Vasco, Edmundo, ressaltou a carreira do amigo: “Essa transição é rodeada de dúvidas e a gente não sabe o que vai acontecer, mas ele contribuiu com o clube enquanto o corpo permitiu. Juninho é um cara do bem e o apoio que recebe dos vascaínos lhe dará forças para buscar novos desafios”.
O ex-zagueiro Mauro Galvão resumiu o momento pelo qual Juninho está passando. “É uma decisão difícil. Sei bem. Se achou que já não era mais o mesmo e a condição física pesou, é hora de parar”, explicou. “Juninho tem uma história muito bonita no Vasco e sempre será lembrado”, completou o técnico Adilson Batista, que o comandou em apenas dois jogos antes da lesão.
Publicidade