Por rodrigo.sampaio

Caracas - A oposição da Venezuela estimou nesta quarta-feira em 92% a adesão ao primeiro dia da greve geral de 48 horas para exigir que o presidente do país, Nicolás Maduro, suspenda a eleição do próximo domingo para eleger os representantes de uma Assembleia Nacional Constituinte e redigir uma nova Carta Magna.

Primeiro dia de greve geral na Venezuela foi marcada por mortes em confrontosAFP

"No total, tivemos 92% de participação em todo o território nacional", disse o deputado Freddy Guevara, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e porta-voz da Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal grupo de oposição a Maduro.

Segundo o deputado, a greve geral teve maior adesão no setor de transportes, com mais de 90% dos trabalhadores parados. No comércio, o índice de participação foi de 86%. Já no setor público e no petroleiro, opositores estimam a adesão em 82% e 77%, respectivamente.

Ao menos 50 pessoas foram detidas durante a greve, que foram acompanhadas de muitos bloqueios de ruas em cidades de todo o país, segundo a organização de direitos humanos Foro Penal da Venezuela, que registrou mais de 4,5 mil prisões desde o início da atual onda de protestos contra Maduro, em abril. 

Policiais e manifestantes entraram em confronto em vários pontos do país quando os agentes tentaram desbloquear as vias públicas usando gás lacrimogêneo e balas de borracha. 

'Mortes'

?O Ministério Público da Venezuela confirmou a morte de três jovens na noite de quarta-feira, após uma greve geral convocada pela Mesa da Unidade Democrática (MUD), o grupo opositor ao governo de Nicolás Maduro.

Apesar da repressão de Maduro contra a greve nacional, que é realizada devido à tentativa do governo de alterar a Constituição do país, o líder opositor, Leopoldo López estimulou os venezuelanos a resistirem e permaneceram nas ruas.

Em Mérida, houve a morte de Rafael Antonio Vergara, de 30 anos, durante uma manifestação, de acordo com o MP, em seu perfil no Twitter. A morte de Enderson Caldera, de 23 anos, em Mérida, também será investigada. Em Caracas, um adolescente de 16 anos, acabou morrendo durante uma manifestação.

Com as duas mortes, o número de óbitos em quatro meses de protestos naVenezuela chega a 105, além de milhares de feridos. 

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