Por hugo.pernet

Rio - O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, repudiou, no início da tarde deste sábado, o que classifica como uma tentativa de se construir um "terceiro turno eleitoral" tendo por base as investigações da operação Lava Jato. Na última sexta, a Polícia Federal prendeu 19 suspeitos de vinculação com casos de cartelização e lavagem de dinheiro na Petrobras, entre eles os presidentes das empreiteiras OAS, Queiroz Galvão e UTC. Ainda há seis foragidos.

"Não podemos aceitar insinuações de que (o governo) tenha tentado criar algum obstáculo à investigação. Nós queremos e desejamos que todos os atos ilícitos sejam apurados e responsáveis punidos. A presidenta fala e reitera isso. Há aqueles qua ainda acham que estamos numa disputa eleitoral, talvez não tenham percebido que o resultado da urna já foi dado. Já há vencedores", disse Cardozo, em coletiva de imprensa em São Paulo.

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"Repilo veementemente a tentativa de se politizar essa investigação e tentar carimbar forças políticas A B, C, ou D para que se possa ter um prolongamento dos palanques eleitorais. O país está sendo conduzido dentro da lei. Nós temos a determinação da presidenta Dilma Rousseff. As investigações prosseguirão doa a quem doer", completou o ministro. Cardozo afirmou ainda que não se pode prejulgar "os amigos nem os inimigos", lembrando que políticos da oposição também foram citados pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e Alberto Youssef, doleiro que operacionalizava o esquema.

Presidentes de empreiteiras são presos por corrupção

O ministro afirmou que conversará com a presidenta da estatal, Graça Foster, mas que não há possibilidade de a Petrobras anular contratos - que não estejam sob suspeita - firmados com as empresas investigadas na Lava Jato.

Até o momento a Polícia Federal bloqueou R$ 720 milhões das companhias investigadas. Nove pessoas foram obrigadas a prestar depoimento na sede da Policia Federal, mas não foram presas.

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