Por clarissa.sardenberg

Rio - O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) abriu um processo para analisar a propaganda de 'O Boticário' que mostra casais heterossexuais e homoafetivos, informou o órgão. O conselho recebeu, até a noite desta terça, entre 20 e 30 reclamações contra a publicidade da empresa para o Dia dos Namorados. A abertura do processo não implica na suspensão imediata do filme do 'Boticário', que pode ser exibido até o veredicto da reunião do conselho de ética, que deve ocorrer em julho, de acordo com o órgão.

Segundo o Conar, os reclamantes alegam que a publicidade é exagerada na sua abordagem de relacionamento familiar e extrapola a moralidade vigente. Todas as denúncias recebidas são identificadas, de acordo com o órgão, mas apenas as partes do processo têm acesso às informações.

A campanha publicitária de 'O Boticário' que mostra casais heterossexuais e homoafetivos será analisada pelo Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), informou o órgão. O Conar recebeu entre 20 e 30 reclamações contra a propaganda, nesta terça, e irá abrir um processo para investigar o caso.

Saiba: Propaganda do 'Boticário' gera reações homofóbicas e empresa rebate críticas

Reclamantes consideraram que propaganda do 'Boticário' extrapola moralidade por mostrar casais gaysReprodução Youtube

Segundo o Conar, o processo será estudado por um relator do órgão que vai se manifestar a favor ou contra a publicidade por meio de voto. O caso será analisado em uma reunião do Conselho de Ética do órgão, composto por 150 pessoas que se reúnem em grupos de 12, que deve ocorrer em julho pois o prazo para a análise ética é de 45 dias.

Caso os membros considerem as reclamações plausíveis, podem ou recomendar alterações em trechos da propaganda ou optar por retirá-la do ar. Já se a maioria considerar que a denúncia não procede, o caso será arquivado. Apesar do Conar não ter força de lei, não há na história do órgão nenhuma recomendação não adotada.

Entre os membros do Conselho de Ética estão representantes de anunciantes, de agências de publicidade, serviços de comunicações e também representantes de consumidores, convidados pelo Conar, que conhecem tecnicamente as relações de consumo.

Em seu perfil na rede social Facebook, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) saiu em defesa da propaganda e elogiou a iniciativa. "O que importa é que O Boticário fez soar, em sua bonita campanha para o Dia dos Namorados, os acordes do mundo que queremos: o mundo onde as pessoas sejam respeitadas, tenham dignidade, visibilidade e possam amar livremente, independentemente de sua orientação sexual, identidade de gênero, cor da pele, etnia, classe social e crença ou não crença em religião", publicou ele.

A propaganda gerou polêmica nas redes sociais e a marca "O Boticário" recebeu ameaças de boicote. No site "Reclame Aqui", diversas queixas foram feitas contra a publicidade para o Dia dos Namorados e a marca respondeu a elas dizendo que incentiva "as mais diferentes formas de amor, independentemente de idade, raça, gênero ou orientação sexual."

Começou então uma "corrida" no canal YouTube para para ver se o vídeo ganhava mais "likes" ou "dislikes". No início da manhã desta quarta-feira, a quantidade de curtidas superou as 267 mil e os que não gostaram do vídeo estão em cerca de 165 mil.


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