Rio - A modelo fotográfica Bruna Cristine Menezes de Castro, conhecida como Barbie, de 25 anos, foi presa em Goiás, na terça-feira, acusada de estelionato. Segundo a Polícia Civil do estado da Região Centro-Oeste, a ‘171’ usava diversos perfis falsos no Instagram para anunciar a venda de celulares, maquiagem e outros produtos importados, mas, depois de receber o dinheiro, ela sumia, e o cliente nunca recebia a encomenda. Uma das vítimas já identificadas é um morador do Rio de Janeiro.
Contra a ‘Barbie 171’ foi cumprido mandado de prisão preventiva pelo crime de estelionato. Bruna foi localizada num apart-hotel de Goiânia, onde estava hospedada há 30 dias. Segundo a Polícia Civil, ela fez pelo menos 23 vítimas — 20 são de Goiás, duas de Brasília e uma do Rio.
“Calculamos um prejuízo de R$ 300 mil para as vítimas daqui (de Goiás)”, afirmou o delegado Eduardo Prado, titular da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor (Decon) de Goiás.
Após os clientes confirmarem o pagamento da encomenda, a ‘Barbie 171’ inventava que ela ou alguém da família estava doente e, por isso, não conseguiria entregar o produto no prazo. “Ela, então, encerrava a conta na rede social e fazia uma nova. A Bruna usava da beleza para persuadir os clientes, que eram homens e mulheres que acreditavam no caráter dela”, disse Eduardo Prado.
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Inventou que tinha câncer para faturar uma grana
O carioca Ryan Balbino é uma das vítimas de Bruna. Mas, no caso dele, o golpe foi maior do que a venda de produtos que nunca seriam entregues. Após conhecer a modelo pela internet, ele afirma que namorou com ela de maio de 2011 até o mesmo mês do ano seguinte. O rapaz conta que chegou a ir a Goiás encontrá-la e conheceu parte de sua família.
Segundo Ryan, Bruna dizia ter câncer e usava a doença como desculpa para não vê-lo com frequência. Até que um dia ela começou a pedir dinheiro para custear o tratamento.
“Ela me dizia toda semana que precisava de dinheiro para vitaminas, remédios, tratamento e também para ajudar uma creche. Ajudei acreditando nela. Mas só fui descobrir que era golpe quando falei com uma prima dela e fui até Goiás, onde o pai dela me disse que a Bruna estava muito bem”, contou Ryan, que afirma ter tido um prejuízo de R$ 15 mil.
O carioca prestou queixa contra Bruna no Rio, na 5ª DP (Mem de Sá). O titular da Delegacia Estadual de Defesa do Consumidor (Decon) de Goiás vai averiguar este inquérito.
Confessou os crimes
A pena por estelionato é de até cinco anos de cadeia por cada crime cometido. Segundo o delegado Eduardo Prado, Bruna Cristine confessou os golpes.
“Ela não soube dizer o valor que retirou dos clientes e quantas vítimas fez, mas disse que vendia os produtos e depois não os entregava. Ela afirma que não tem dimensão do que fez”, Eduardo Prado.
Para o delegado Eduardo Prado, a jovem demonstra sinais de mitomania, que é um transtorno de personalidade caracterizado por contar mentiras compulsivamente e acreditar nelas. “Ela anda com pessoas de influência, curtia baladas com pessoas da alta sociedade aqui em Goiânia. Ela vivia uma realidade que não era a dela”, disse o titular da Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon).