Segundo o procurador, o brasileiro, que era instrutor de asa-delta, foi amarrado a uma estaca, assim como os outros cinco condenados pelo mesmo crime. Marco foi o segundo deles a ser fuzilado. O fuzilamento do carioca ocorreu dentro do complexo de prisões de Nusakambangan, a 400 km de Jacarta, capital da Indonésia.
O corpo do carioca foi cremado na Indonésia quatro horas depois da execução. As cinzas serão levadas para o Rio de Janeiro pela sua tia, a advogada Maria de Lurdes Archer Pinto. Única parente ainda viva do brasileiro condenado à morte por tráfico de drogas, Maria de Lurdes está na Indonésia e esteve com Marco antes da execução.
Após o fuzilamento do brasileiro, a presidenta Dilma Rousseff, que tentou a alteração da condenação em inúmeros pedidos, se disse "consternada e indignada". Além disso, convocou o embaixador do Brasil em Jacarta para consultas. No meio diplomático, a medida representa uma espécie de agravo ao país no qual está o embaixador. Já o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a execução causa “uma sombra na relação entre o Brasil e a Indonésia".
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Brasileiro foi o primeiro a ser executado por crime no exterior
O carioca Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi o primeiro brasileiro executado por crime no exterior. Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso em agosto de 2003, quando tentou entrar na Indonésia, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 quilos de cocaína escondidos em uma asa-delta desmontada em sete bagagens. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado após duas semanas, na Ilha de Sumbawa. Archer confessou o crime e disse que recebeu US$ 10 mil para transportar a cocaína de Lima, no Peru, até Jacarta. No ano seguinte, ele foi condenado à morte.