Por clarissa.sardenberg

Síria - A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) declarou nesta segunda-feira que o Estado Islâmico cometeu um crime de guerra ao demolir dos sítios arqueológicos mais importantes de Palmira, na Síria, neste domingo. 

A informação foi confirmada pelo representante de antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, que acrescentou que o templo de Baal Shamin foi explodido. 

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Templo de Baal Shamin foi erguido há quase 2 mil anosReuters

“Tais atos são crimes de guerra, e seus perpetradores devem ser responsabilizados por suas ações”, afirmou a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, em um comunicado.

O templo de Baal Shamin foi erguido há quase 2 mil anos e sua área interna foi gravemente danificada pela detonação, que ainda causou o desmoronamento de colunas próximas, segundo a Unesco. “A arte e a arquitetura de Palmira, na encruzilhada de várias civilizações, é um símbolo da complexidade e riqueza da identidade e da história sírias”, afirmou Irina.

O assassinato do arqueólogo sírio Khaled al-Assad, de 82 anos, também foi repudiado pela diretora. Khaled era um dos maiores especialistas nas ruínas da histórica cidade de Palmira, tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, e cuidou do local durante quatro décadas. 

Na noite da última quinta-feira, o EI destruiu o mosteiro Mar Elian, na cidade de Al quaratain, em Homs, na Síria e de lá transferiu 110 sequestrados. O mosteiro foi construído há 1,5 mil anos. O grupo alegou que "o mosteiro não adora a Deus".

Após sua decapitação, ocorrida em praça pública, o corpo do especialista foi pendurado em uma das antigas colunas romanas do sítio arqueológico. Antes da captura de Palmira pelo Estado Islâmico, autoridades sírias afirmaram ter levado centenas de estátuas antigas para locais seguros por medo de que os militantes as destruíssem.

A cidade histórica de Palmira foi tomada pelo Estado Islâmico em maio deste ano. Inicialmente o grupo preservou os sítios arqueológicos, mas em junho explodiu dois santuários que não eram parte de suas estruturas romanas. O EI alegou que as obras eram sacrilégios e mais tarde usou um anfiteatro romano do local para execução de pessoas. 

*Com informações da Reuters

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