Síria - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) destruiu na noite desta quinta-feira o mosteiro Mar Elian, na cidade de Al Quariatain, na província central de Homs, na Síria, de onde transferiu 110 sequestrados, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O mosteiro foi construído há 1,5 mil anos.
Segundo a fonte, o Estado Islâmico derrubou o mosteiro utilizando escavadeiras e justificou sua ação defendendo que "o mosteiro não adora a Deus".
O Observatório assinalou também que o EI transferiu 110 reféns, entre eles dezenas de cristãos, que continuava mantendo sequestrados em Al Quariatain desde o começo do mês, à cidade de Al Tabaqa, na província do Al Raqqa, principal reduto dos jihadistas na Síria.
De lá foram levados a fazendas perto da cidade homônima, capital dessa província. O EI sequestrou 230 cidadãos em Al Quariatain, entre eles dezenas de cristãos, 45 mulheres e 19 crianças, além de 11 famílias. Desde então só libertou 48, segundo o Observatório.
A organização terrorista dará aos cidadãos sequestrados as opções de "se converter ao Islã ou pagar a 'yizia' (imposto para os não muçulmanos)", acrescentou a ONG. Enquanto isso, o destino de outros 70 dos 180 que continuam sequestrados é desconhecido até o momento.
Destruições em massa
O mosteiro de Mar Elian não é o primeiro monumento histórico destruído pelo Estado Islâmico. Com o discurso de derrubar tudo que não se encaixar na visão do islã que o grupo tem, eles já destruíram dois mausoléus em Palmira, também na Síria, e há o temor que destruam a cidade inteira - que foi erguida no século II e é considerada Patrimônio Mundial da Humanidade.
No Iraque, onde os jihadistas têm forte presença, eles devastaram a cidade de Nimrud - que guardava obras com mais de três mil anos de história -, destruíram inúmeras obras milenares em Mosul e também devastaram Hatra, que foi fundada no século III a.C. e era Patrimônio da Humanidade.
Além de detonar obras de outras religiões e povos, o EI também destrói parte da história dos muçulmanos de outras vertentes. No ano passado, explodiram a mesquita de Al-Arbain, local de sepultamente de 40 figuras importantes do islã, e a Igreja Verde, um prédio escavado na rocha no século VII. O grupo também é famoso por vender parte das obras que ficam nos locais históricos pela internet, como forma de financiar suas atividades.