Por paloma.savedra

Rio - Em oito meses de investigação, a Delegacia do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (DAIRJ) descobriu que a quadrilha que clonava cartões de crédito movimentou R$ 3,5 milhões só neste período. O bando desenvolveu ainda um método nunca visto antes, segundo a polícia: um dispositvo era instalado nas máquinas de caixa eletrônico e os dados dos cartões eram clonados por bluetooth. 

Quadrilha movimentou R%243%2C5 milhões em oito meses%3B criminosos clonavam cartões por meio de bluetoothFernando Souza / Agência O Dia

"Nunca houve esse tipo de metodologia. Há indícios de que a quadrilha conseguiu, pela primeira vez no mundo, captar os dados do chip do cartão das vítimas. É uma ação muito sofisticada", disse o titular da DAIRJ, Rodrigo Freitas. Segundo o delegado, eles colocavam o dispositvo, que não era visível por fora, dentro da máquina, e o recurso tecnológico captava os dados do chip do cartão.

De acordo com o delegado, a investigação começou quando a polícia percebeu a forma de ação da quadrilha. Os criminosos agiam na madrugada das terças e quintas - dias de desembarques internacionais -, com foco nos caixas eletrônicos do Aeroporto do Galeão. O objetivo era atuar contra turistas estrangeiros e fraudar cartões internacionais.

Polícia Civil é recebida a tiros durante operação na Rocinha

De 17 suspeitos identificados, oito foram presos

Desde o início da manhã desta terça-feira, policiais da especializada, com apoio de outras delegacias, realizam uma megaoperação em vários pontos do Rio de Janeiro para desarticular a quadrilha, cujos chefes são dois irmãos gêmeos. Dos 17 mandados de prisão expedidos, oito já foram cumpridos, entre eles um dos gêmeos. A Polícia Civil informou ainda que mais dois foram detidos, mas acabaram soltos. Os agentes também cumprem 25 mandados de busca e apreensão. 

Os agentes fizeram buscas na Rocinha, onde foram recebidos a tiros. O helicóptero da Polícia Civil que dava apoio na operação foi alvo de tiros por parte dos traficantes, mas nenhum policial ficou ferido. Durante o confronto, uma pessoa foi baleada e levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o ferido não resistiu e morreu na unidade. Com ele, uma pistola foi apreendida. Além disso, dois suspeitos foram presos na comunidade.

Eles também apreenderam máquinas para realização da clonagem de cartões. Na Rocinha, houve um intenso tiroteio na chegada dos policiais. 



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