Por nicolas.satriano

Rio - O deputado estadual e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Marcelo Freixo, rebateu declaração do governador, Luiz Fernando Pezão, que, na manhã desta quarta-feira, despejou críticas a órgãos de Direitos Humanos ao comentar mortes de policiais militares no Rio. Freixo chamou de "infantil" o posicionamento do governador e sublinhou que penas mais severas não serão resposta para a violência no estado.
"É lamentável o governador ter uma posição tão irresponsável. Talvez ele não saiba, mas eu já havia conversado com Ibis (Ibis Silva, atual comandante da Polícia Militar) solicitando o contato das famílias dos agentes mortos. Temos o hábito de procurar as famílias de policiais mortos. É uma prática. Damos apoio psicológico e jurídico.", informou o deputado.
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Ainda de acordo com o parlamentar, a atitude é incompatível com a posição ocupada por Pezão e disparou que o governador deveria oferecer condições de trabalho aos policiais, em vez de atribuir a responsabilidade das mortes aos Direitos Humanos. Sobre a defesa de penas mais severas para criminosos que matarem PMs, Freixo considerou não ser a solução. Segundo o deputado, o número de policiais mortos fora de serviço é três vezes maior do que aqueles que de fato estão em operações.

Dados do Instituto de Segurança Pública e da Polícia Militar comprovam a fala de Freixo. Segundo informações,  só neste ano, 17 PMs foram mortos em serviço e, até o dia 25 de setembro deste ano, 85 agentes morreram fora do expediente

Freixo diz lamentar declaração de Pezão e caracteriza a fala de "irresponsável"Carlo Wrede / Arquivo Agência O Dia

Nesta manhã, o governador disse lamentar as mortes dos PMs e prestou solidariedade às famílias. O ponto criticado pelo deputado do Psol, no entanto, se manteve sobre trecho em que Pezão sugeriu que representantes dos Direitos Humanos se omitem quanto à morte de PMs:

"Poucas vezes vemos os órgão de direitos humanos se manifestarem quando morre algum policial. Eles que estão lutando pela paz merecem a solidariedade das comissões, das ONGs, das pessoas que gostam muito de criticar os policiais... É muito difícil."
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Na sequência, Pezão completou indicando ser necessário uma discussão ampla na sociedade sobre condenações de criminosos que matem policiais: "Vamos discutir dentro do Congresso Nacional o que queremos na Segurança Pública. Eu acho que precisamos de penas mais severas pra quem mata PM", finalizou o governador.
Em dois dias, seis policiais são baleados; dois mortos 
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Ao todo foram cinco casos de violência contra policiais somente nesta quarta-feira e seis desde início da semana: dois mortos e quatro feridos. Na mais recente ocorrência, agentes do 3°BPM (Méier) informaram que, no início da tarde desta quarta-feira, um PM do 4º BPM (São Cristóvão) foi baleado durante uma tentativa de assalto na Rua Chaves Pinheiro, no Cachambi, Zona Norte do Rio. O policial foi socorrido e encaminhado ao Hospital Central da Polícia Militar, no Estácio.
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