Por bianca.lobianco
Rio - Um novo ramal de integração nos trens será criado no primeiro semestre de 2015, para expandir as opções de viagens para os passageiros que utilizam a linha de Belford Roxo. A ligação será feita na estação Honório Gurgel com destino à Deodoro, onde circulam três ramais. O trajeto de cinco quilômetros vai durar 12 minutos. Em entrevista ao DIA, o presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, fez um balanço do serviço ferroviário neste ano e destacou o recorde de passageiros em 16 anos, atingido no último dia 9, com a circulação de 680 mil usuários.
Linha de Deodoro ao ramal de Belford Roxo circulará em abrilArte O Dia

Para Carlos José, a implantação das viagens expressas nos ramais de Japeri e Santa Cruz, há dois meses, e a ampliação da frota com ar-condicionado justificam o crescimento de 7% dos passageiros em 2014. “Estes novos usuários são os que deixam o carro em casa para viajar de trem. Eles perceberam que é um transporte em evolução. Nós levávamos um ano para bater um recorde de passageiro e, há três meses, estamos batendo recorde diversas vezes. É um crescimento sustentável”, explicou o presidente da SuperVia.

A mudança na grade das viagens no Japeri e Santa Cruz, onde as paradas são feitas apenas em duas estações — Madureira e Maracanã— após Deodoro com sentido à Central do Brasil, exigiu do passageiro uma mudança de comportamento. No início do sistema, segundo Cunha, muitos usuários ficaram resistentes, mas logo entenderam que a mudança era necessária para o transporte.
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“Não encontro mais estes passageiros que reclamavam. A baldeação foi compreendida por eles”, apontou. Com a mudança, o ramal de Deodoro passou a ter intervalos de viagens menores, com uma média seis minutos, em vez de dez.
A nova ligação entre o ramal de Belford Roxo e a estação de Deodoro, prevista para abril, possibilitará uma viagem mais rápida de passageiros da região de Belford Roxo com destino ao Méier, por exemplo. “Hoje, se ele quiser ir ao Méier, precisa descer no Maracanã e voltar. Com a nova integração, ele desce em Deodoro e pega um parador”, detalhou Cunha. A concessionária ainda não fechou a grade de intervalos das novas viagens.
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Após a consolidação do novo sistema de redução de intervalos em todos os ramais, previsto para 2016, o novo desafio da SuperVia será a retomada de antigas viagens, como Santa Cruz e Itaguaí; Magé e Itaboraí e Paracambi e Piraí. “Vamos repensar as viagens e devolver o sistema para estas localidades”, garantiu o presidente da concessionária.
Estação da Central do Brasil vai ser ampliada e modernizada
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Para ampliar a capacidade de passageiros nas plataformas da Central do Brasil, a SuperVia começará no ano que vem, uma obra onde vai avançar em 25 metros as catracas da estação. A mudança vai permitir a criação de um saguão maior na região onde ficam os televisores informando a partida das viagens.
Nos próximos seis meses, São Cristóvão também vai apresentar mudanças na estação, com a instalação de elevadores e escada rolante.
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O plano de reforma total da Central, onde está previsto a criação de um shopping vertical, será retomado a partir do ano que vem. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que havia barrado a obra neste ano, liberou o projeto no mês passado. Com a conclusão da obra em São Cristóvão, a SuperVia estuda alternar as paradas das viagens expressas.
“A ideia é que o ramal de Santa Cruz pare em São Cristóvão e o de Japeri, no Maracanã”, apontou o presidente Carlos José Cunha.
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Na lista dos ramais que mais cresceram neste ano, Saracuruna lidera o ranking. A linha apresentou um aumento de 20% no número de passageiros. Em segundo lugar está o ramal de Santa Cruz, com 10%, seguido de Japeri, Deodoro e Belford Roxo.
De 2013 para 2014, o sistema ferroviário ganhou mais de 100 passageiros. A previsão para 2015 é atingir o crescimento de 9,8%, dois pontos a mais do que o alcançado neste ano.
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Avaliação melhora, mas trens antigos incomodam
Na avaliação dos passageiros da SuperVia, o sistema ferroviário fechou o ano com nota 6,3. Há quatro meses, a média apontada pelos usuários era 5,9 e, no início do ano, 5,7. A pontualidade nos intervalos das viagens passou a integrar os elogios, mas as críticas ainda são os trens antigos, chamados de quentões.
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“Neste calor do Rio não tem como andar no trem velho, sem contar que ele apresenta defeito sempre”, informou a secretária Eliane Pinto, de 45 anos, que utiliza o ramal de Santa Cruz diariamente para chegar ao seu trabalho, no Centro. No meio do ano, ela foi obrigada a andar sobre os trilhos, após o trem em que estava, sem ar-condicionado, dar defeito. “É uma sensação horrível”.
Dos 130 trens com ar- condicionado, comprados pelo governo do estado e a concessionária, ainda faltam chegar 58 composições. Segundo o presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, somente quando toda frota nova entrar em circulação, será possível aposentar os trens velhos.
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“Hoje estamos acrescentando os novos trens ao sistema sem retirar as composições mais antigas da linha para poder dar mais agilidade nas viagens. Somente depois de 2016, vamos ter a frota toda com ar e operando em intervalos menores”, apontou o presidente da SuperVia. A meta para os próximos dois anos é fechar a frota operacional com 182 trens refrigerados. “O ano de 2015 será de consolidação da frota. Vamos receber os trens e colocá-los rapidamente em uso para cumprir os prazos”, completou.
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