Por paloma.savedra
Rio - Dois fiscais do Procon Estadual foram expulsos da estação de Del Castilho, na Zona Norte do Rio, na quarta-feira, por oito bandidos que ocupavam livremente a plataforma da Supervia. Os agentes faziam uma filmagem para investigação do órgão sobre o funcionamento das composições e qualidade dos serviços. Além de já ter sido autuada por diversas irregularidades, como a circulação de composições de portas abertas, a concessionária terá de responder a processo administrativo por não oferecer segurança aos usuários. 

Segundo o órgão, os agentes fiscalizavam os serviços da concessionária, devido às últimas denúncias da circulação de composição de portas abertas. Os bandidos os abordaram, mediante intimidação, e fizeram uma vistoria nos fiscais. O grupo chegou a perguntar aos fiscais se eles eram policiais. Os fiscais só foram 'liberados' depois de o grupo constatar que se tratava de uma operação relativa à Supervia. 

Ainda de acordo com o Procon, havia câmeras no local, porém, nenhuma ação da segurança da concessionária foi tomada. Um dos agentes passou mal e teve de ser encaminhado ao hospital para atendimento. 
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Por meio de nota, a SuperVia afirmou que o Grupamento de Policiamento Ferroviário (GPFer) é responsável pela seguran pública dentro do sistema ferroviário. A concessionária alegou ainda que "respeita a fiscalização do Procon, colocando-se à disposição para esclarecimentos e informações sempre que necessário". A empresa também informou que apresentará recurso contra as autuações.
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Fiscalização foi motivada por atropelamento que ocorreu em dezembro
Os fiscais estavam na estação de Del Castilho investigando a defesa apresentada pela SuperVia em processo administrativo aberto devido ao atropelamento de um passageiro por um trem, em 22 de dezembro, na estação de Edson Passos.
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Na ocasião o passageiro atropelado caiu do trem que viajava com portas abertas. Os fiscais realizaram viagens em horários de rush nos quatro principais ramais dos trens do Rio de Janeiro - Santa Cruz, Japeri, Belford Roxo e Saracuruna - e constataram que os trens viajam de portas abertas por várias estações, ao contrário do que a concessionária alegou em sua defesa.
Em sua defesa, a SuperVia alegou que os trens possuem um sistema de "intertravamento de portas, atendendo a uma exigência do Procon". Caso a abertura das portas seja forçada pelos passageiros, equipes de funcionários seriam acionadas para garantir o fechamento delas, de forma que as portas só ficariam abertas, no máximo, no intervalo entre duas estações em sequência. 
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No entanto, os fiscais confirmaram que, no horário de rush, os trens lotados viajam com as portas abertas durante longos intervalos, parando e prosseguindo sem serem fechadas por várias estações. Com isso a defesa alegada não foi aceita pela autarquia e a SuperVia também será multada por isso.
O valor das multas será calculado a partir do relatório econômico com base na receita bruta da concessionária nos últimos três meses.
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