Por felipe.martins

Rio - Eles pareciam que não adotariam a mesma postura da sessão realizada em dezembro, quando entraram na sala de audiência com olhar e gestos desafiadores. A maioria dos ativistas permaneceu calado e não se manifestou durante a audiência desta quinta-feira. Porém Igor Mendes da Silva não seguiu o comportamento dos demais e, após o depoimento, virou-se para a plateria e repetiu o gesto que já havia irritado o mesmo juiz Flávio itabaiana, que presidiu a sessão anterior. Desta vez, o magistrado não tolerou a manifestação: expulsou réus e plateia da sala, permitindo apenas a presença de advogados, promotores e da imprensa.

Manifestantes acusados de atos violentos se calam em audiência

A confusão começou depois do término do depoimento de Igor, preso por descumprir uma decisão judicial que o impedia de participar das manifestações, quando o réu fez o gesto de punhos cerrados para o plenário e foi acompanhado por outras pessoas que assistiam ao depoimento.

A decisão do magistrado fez com que a platéia reagisse com protestos. Marino D'Icarahy, advogado de Igor, acusou Flávio de abuso de autoridade e falta de caráter. Em defesa, o juíz respondeu que quem teria falta de caráter seria o advogado. O grupo foi retirado da sala pela Polícia Militar. Além de Igor, estão sendo julgados Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, presos pela morte de Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes.

Relembre a morte do cinegrafista Santiago Andrade

Em dezembro de 2014, durante uma sessão, o magistrado advertiu os manifestantes que fizeram o mesmo ato de punhos cerrados. “Olha aqui, ó. Aqui, ó. Isto aqui não é rua não, hein! Não é manifestação, não, hein! Não vai fazer punho cerrado, não, senão vai ser um por um retirado daqui. Aqui mando eu. Aqui quem tem que manter a ordem sou eu. Não é punho cerrado, não”, disse Flávio Itabaiana na época.



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