Por adriano.araujo

Rio - Um possível desfecho para greve dos garis pode acontecer na tarde desta sexta-feira: a comissão de negociação dos trabalhadores aceitou proposta feita pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) nesta manhã e aguarda decisão da prefeitura para encerrar a paralisação. Os trabalhadores já estão há uma semana de braços cruzados. 

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O órgão propôs aumento de 8 % no salário da categoria, aumento de R$ 20 para R$ 23 no vale alimentação. Além disso, a proposta do MPT não prevê desconto pelos dias não trabalhados e há a promessa de "não perseguição" aos grevistas.

Garis fizeram passeata em frente ao TRT%2C na tarde desta sexta-feira%2C enquanto categoria decide o fim da greveFelipe Carvalho / Agência O Dia

Os garis estão agora no Tribunal Regional do Trabalho, onde uma reunião entre as partes pode sacramentar o acordo nas próximas horas. "Estamos dispostos a retornar imediatamente ao trabalho se este acordo for fechado. A bola está com o prefeito Eduardo Paes", disse Bruno da Rosa, um dos líderes da greve.

"Se nao descontar os dias dos trabalhadores que aderiram à paralisação, vamos dar fim a greve. Tem hora que que tem recuar. Isso não significa que perdemos a batalha", disse o presidente do sindicato dos empregados de empresas de asseio e conservação do município do Rio de Janeiro, Luciano David de Araújo. Segundo ele, 80% dos 13.500 garis aderiram à greve, mas desde sexta-feira 75% deles retornaram aos postos de trabalho, cumprindo determinação da Justiça.

O gari Célio Viana — representante da comissão salarial formada por 15 profissionais da ala dissidente do sindicato — quer garantias de que os garis não serão demitidos. "Nós cedemos, a Comlurb também tem que ceder. Se não tiver o aumento do vale-refeição, vamos fazer uma nova assembleia para decidir se continuaremos em greve", disse.

Ruas cheias de lixo nesta sexta-feira%2C sétimo dia de greve dos garisAlessandro Buzas / Parceiro / Agência O Dia

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Pedido inicial era de 40%

A proposta inicial da categoria era um aumento de 40%. Porém, segundo o diretor social do sindicato, Gilberto César de Alencar, os trabalhadores estavam dispostos a diminuir ainda mais o pedido.

“Diante da posição da categoria hoje eu só vejo uma possibilidade: a Comlurb retroagir e apresentar uma proposta mais viável. A gente apresentou 15%, mas acredito que ainda há um meio termo", declarou o sindicalista, no início da semana.

Enquanto o impasse continua, a Comlurb tem pago diárias de R$ 100 para o serviço de varrição e a coleta. O recrutamento começa cedo, às 6h, no quartel da Guarda Municipal, em São Cristóvão. 

A medida faz parte do plano de contingência que a Comlurb fez: o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar era para garantir os trabalhos sem retaliação dos grevistas aos garis que não aderiram à greve. De acordo com a companhia, a presença dos guardas e dos PMs assegura a limpeza das ruas. 

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