Rio - Com a greve dos garis, iniciada nesta sexta-feira, a Prefeitura do Rio montou um plano de contingência que prioriza a coleta doméstica. Com isso, a varrição das ruas fica em segundo plano. Segundo o prefeito Eduardo Paes, a presença de uma escolta junto aos garis também faz parte do plano, para garantir os trabalhos.
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"Nossa prioridade sempre é a coleta familiar, os resíduos dos lares e dos trabalhos. O que a gente pede é que as pessoas colaborem nesses dias e que procurem aquilo que deveriam fazer sempre. Que cuidem das ruas e não joguem lixo. Não vamos priorizar a varredura. E mesmo aquele lixo residencial, para ficar atento ao horário em que o gari vai passar", declarou Paes durante a inauguração de empreendimento imobiliário na Região Portuária, nesta sexta-feira.
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O Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação decidiu pela paralisação nesta quinta-feira, depois de a Comlurb oferecer um aumento salarial de 3%. A categoria pede 47,7%, além de um reajuste no vale-alimentação de R$ 20 para R$ 27 por dia. Para o prefeito Eduardo Paes, o valor é alto. Ele lembra ainda a decretação da ilegalidade da greve pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Paes disse ainda que "foi pego de surpresa pela greve": "A gente foi surpreendido. Março é o mês do dissídio, estamos em uma discussão. Foi feita uma proposta, muito alta, a gente fez uma contra proposta. Então fomos surpreendidos ontem com a declaração de greve. Sabíamos de uma Assembleia e poderia acontecer isso, mas a partir de domingo. Então estamos já com o plano de contingência implementado", afirmou o prefeito, declarando que está aberto para negociação.
"Estamos pedindo aos garis, como a greve já foi declarada ilegal ontem, porque nem a premissa se respeitou, que voltem ao trabalho porque a prefeitura está aberta para discussão. Estava e está negociando e vai continuar negociando", disse Paes, afirmando que o país está em momento de crise e lembrando os trabalhadores do Comperj:
"As pessoas estão sendo demitidas. Se eu chegar lá no Comperj hoje e colocar uma barraquinha e dizer 'olha, por favor, eu preciso de garis emergenciais no Rio', vou trazer 18 mil garis para cá e pessoas para ajudar. Em um momento de redução fiscal, a prefeitura do Rio não está deixando de pagar ninguém, nem fornecedor, nem folha de salário, não está atrasando nada e nem cortando investimentos, mas é obvio que não se vive em uma situação de conforto fiscal. E é uma categoria que ganhou no ano passado 40% de aumento", discursou o prefeito.
Com a paralisação dos garis, desde a 0h desta sexta-feira, o lixo já se acumula nas ruas da cidade. Com o plano de contigência, funcionários terceirizados da 5ª Gerência de Conservação, no Maracanã, foram convocados para trabalhar na retirada dos lixos das ruas, pois não há garis.
Greve é ilegal, decreta TRT
O Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro considerou ilegal a greve dos garis da Comlurb e concedeu liminar, na madrugada desta sexta-feira, exigindo o retorno imediato dos funcionários as suas atividades. Caso a determinação não seja cumprida, o sindicato da categoria será multado em R$ 100 mil por cada dia de paralisação.
Na decisão, a Justiça do Trabalho justifica que o objetivo é "evitar a ocorrência de danos à população do município do Rio de Janeiro." O TRT-RJ também pediu a requisição de força policial nas portas das garagens da empresa para permitir que os trabalhadores possam trabalhar sem serem intimidados pelos piquetes de grevistas.