Rio - "Tiro na cabeça não é despreparo" e "Poder público do Rio assassina criança" foram algumas das frases vistas em cartazes levados por moradores do Complexo do Alemão na Rua da Grota com a Estrada do Itararé, na Zona Norte, neste sábado. A mãe do menino Eduardo compareceu à passeata, mas teve que ser retirada após passar mal. "Assassinos, assassinos", gritou Terezinha em direção aos PMs.
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A manifestação seguiu em direção à Praça de Inhaúma, em frente à Igreja Santiago. Moradores e mototaxistas se reúnem em um ato ecumênico e parentes de vítimas da violência na comunidade prestam depoimentos em um alto falante.
Moradores do conjunto Alvorada relataram que PMs usaram gás de pimenta para impedir a população de descer e participar do protesto.
O ator Paulo Betti compareceu ao ato, assim como o deputado estadual Marcelo Freixo.
Policiais do 3°, 16°, 22° batalhões, do Comando de Operações Especiais (COE), Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), e da Tropa de Choque da PM reforçaram a segurança no Complexo.
O protesto foi convocado na rede social Facebook. "Convocamos as Igrejas, instituições, moradores, artistas, mídias comunitárias, moto táxis, agentes de saúde, enfim todos que desejam pedir paz pelo Complexo do Alemão! Divulguem e compareçam!"
Cerca de 300 pessoas que protestavam contra os sucessivos casos de violência que ocorreram no Complexo do Alemão, entre eles a morte de Eduardo Ferreira, de 10 anos, nesta quinta-feira, foram reprimidas pela Polícia Militar, na tarde desta sexta-feira, após tentarem fechar a Estrada do Itararé.
A passeata, que começou de forma pacífica na Rua da Grota, seguiu pela Itararé, onde os manifestantes tentaram diversas vezes fechar a via. O Batalhão de Choque da PM esteve no local com forte armamento não letal e letal. Os agentes chegaram a fazer uso de bombas de efeito moral para dispersar o protesto.