Por karilayn.areias

Rio - O prefeito Eduardo Paes recebeu, nesta quinta-feira, Kailane Campos — a menina apedrejada na cabeça no último domingo, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, por intolerância religiosa. Paes pediu desculpas à menina em nome de todos os cariocos durante o encontro, na sede da Prefeitura, na Cidade Nova. "Fiz questão de receber a Kailane para me desculpar em nome de todos os cariocas. É inaceitável que qualquer pessoa seja apedrejada pela sua fé", afirmou.

Leia mais: Rio é o estado com mais casos de intoleância religiosa contra crianças

GALERIA: Paes encontra com vítima de intolerância religiosa

Em encontro%2C Eduardo Paes pede desculpas a vítima de agressão por intolerância religiosa Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Além da menina, também compareceram à reunião a avó Katia Marinho, conhecida como mãe Kátia de Lufan, a irmã de Kailane, Maria Eduarda, e o babalaô Ivanir dos Santos, representante da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa do Rio (CCIR). Paes evitou falar sobre o ensino religioso em escolas públicas - questão que tem levantado polêmicas sobre a necessidade de se ter ou não. Já Kátia defendeu o ensino religioso nas instituições de ensino como uma forma de evitar episódios de intolerância.

LEIA MAIS: Intolerância religiosa leva menina a ser apedrejada na cabeça

Na manhã desta sexta-feira, Kailane, a avó e Ivanir vão participar de um café da manhã com o Cardeal Arcebispo Dom Orani João Tempesta para um debate sobre o caso. De acordo com babalaô, representantes de outras religiões, menos da Neopentecostal, se mostraram abertos ao diálogo com o objetivo de reduzir os casos de violência de cunho religioso. Na parte da tarde, eles encontrarão com o chefe de polícia do Rio buscando fazer pressão para que os culpados pelo ataque a Kailane sejam identificados. "O importante é dar segmento às investigações. O Candomblé é religião é a mais atingida (por casos de intolerância), e isso não foi só uma agressão física contra Kailane, mas contra a democracia", disse Ivanir.

Eduardo Paes e a menina Kailane durante encontro realizado na tarde desta quinta-feiraDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

Também nesta sexta-feira, à noite, será realizada uma manifestação na Vila da Penha, bairro onde ocorreu a agressão, a partir das 19h. No domingo, um novo ato está marcado para acontecer no Largo do Bicão, também a partir das 19h. informou que em agosto haverá uma audiência pública onde a CCIR vai apresentar um dossiê de casos de violência motivados pela intolerância. "Infelizmente, muitos casos não são registrados na polícia". Devido à repercussão, a avó de Kailane quer transformar o dia 8 de junho no Dia do Branco. "Quando ela (Kailaine) foi atingida, nós estávamos usando branco, e não uma roupa de Candomblé. Quero que o sofrimento da Kailane não seja em vão". 




Você pode gostar