Por paulo.gomes
Explosão destruiu a sala onde trabalhava a secretária Lyda Monteiro, na sede da OAB Agência O Dia

Rio - A Comissão Estadual da Verdade (CEV-Rio) revelou nesta sexta-feira o nome dos três militares acusados de promoverem o atentado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que vitimou a secretaria Lyda Monteiro da Silva, de 59 anos, em 1980. Segundo a presidente da CEV-Rio, Rosa Cardoso, o sargento Magno Cantarino Mota (ainda vivo) foi o agente que entregou a carta-bomba para a vítima. A notícia de que os nomes dos militares seriam revelados foi divulgada na edição de quinta-feira da coluna Informe do DIA.

A ação foi orquestrada pelo coronel do Exército, Freddie Perdigão Pereira, morto em 1996, e teve a participação também do sargento paraquedista, Guilherme do Rosário. Este último morreu no atentado do Riocentro, no ano seguinte.

A expectativa agora é de que o Ministério Público Federal (MPF) dê prosseguimento ao inquérito e levante mais nomes, inclusive da alta hierarquia ligados ao crime.

Segundo o ex-presidente da OAB-RJ, o deputado federal Wadih Damous (PT), o suspeito Magno Mota, também conhecido pelo codinome Guarany, pode ser punido, pois o atentado foi posterior a criação da Lei de Anistia.

"A Comissão Estadual da Verdade vai comunicar ao MPF para dar sequência e identificar toda a cadeia de comando. Não há impedimento para punição dos envolvidos", diz Damous.

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O filho da vítima, o professor universitário e advogado, Luiz Felippe Monteiro Dias, de 59 anos, participou da sessão. Ele classificou a conclusão das investigações como um alívio.

"Hoje eu sei que a impunidade foi excluída. Considero uma grande punição lançar publicamente os nomes. Agora cabe o comando das Forças Armadas e o Ministério da Defesa se desculpar não só comigo e a minha família, mas com toda a sociedade brasileira", desabafou Luiz Felippe, que desde o início da apuração do crime que vitimou sua mãe, foi ameaçado junto com o filho, André Monteiro Dias, hoje com 27 anos.

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