Rio - O eleitor está diante de uma encruzilhada. Um dos caminhos pode levar a um abismo escuro, onde com apenas um passo pode-se perder conquistas da última década. Não falo apenas do combate à miséria que retirou 42 milhões de brasileiros da extrema pobreza, do ingresso de 7,1 milhões de jovens em universidades públicas e da taxa de desemprego mais baixa da história. Falo de um modelo falido da década de 90 que querem trazer de volta como salvação para o Brasil.
O projeto neoliberal liderado por Aécio Neves é aquele que, diferentemente das gerações mais novas, vivi de perto. Já não faz mais parte do cotidiano dos nossos filhos a falta de perspectiva de quem terminava o Ensino Médio e deparava com o mercado de trabalho restrito. As ideias tucanas sempre tiveram compromisso com o grande capital.
Aécio propõe um caminho repleto de políticas já testadas e reprovadas. Observe a renda do brasileiro. O salário mínimo hoje tem aumento real e é instrumento de distribuição de renda. Na era tucana, o Brasil quebrou três vezes com desemprego, arrocho salarial e a criação do fator previdenciário.
No atual governo a crise internacional vem sendo enfrentada com geração recorde de empregos, manutenção de direitos trabalhistas e aumento de capacitação profissional. E não para por aí. As ações ilícitas que surgem são investigadas, e os autores, punidos.
Já na era tucana, vários escândalos ocorreram sem apuração. Sequer conseguimos instalar uma CPI no Congresso. Lembro o Mensalão de FHC para aprovar a emenda da reeleição, as negociatas do Sivam, a Pasta Rosa, o caso Opportunity, o mensalão mineiro, a lesão ao patrimônio público com as privatizações da Vale e telecomunicações. O PSDB desviou, corrompeu e alimentou a concentração da renda de uma elite.
No entanto, Lula e Dilma deram um salto na indústria naval. Lembro que nos anos 90 me perfilei aos trabalhadores do Rio que viviam sua crise. Os estaleiros pareciam enormes montanhas de sucata em Angra, Niterói e capital. Felizmente, o atual governo multiplicou os antigos 2 mil operários em 80 mil trabalhadores, tornando-se a quarta maior indústria naval do mundo.
Aécio é como FHC, defende a mesma política com as mesmas pessoas. É aquele que votou no Parlamento diversas vezes contra o trabalhador, que perseguiu professores mineiros e sindicatos, que defende arrochos salariais e governou Minas de seu apartamento no Leblon. Representa a volta de um Brasil injusto e desigual.
Deste abismo queremos distância.
Jandira Feghali é deputada federal reeleita pelo PCB