Por thiago.antunes
Rio - Portugal, Itália, França e Brasil enfrentam grave crise econômica. Não crescem, e o desemprego afeta o social e tumultua a política. Lendo os jornais europeus de economia e finanças, conclui-se que os problemas e os erros são os mesmos, agravados pelas ausências de lideranças e de autoridade nos organismos internacionais.
Todos estes países possuem legislação trabalhista ultrapassada, que inibe a oferta de mais empregos. E, por incrível que pareça, todos têm projetos demagógicos em andamento.
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A política fiscal de todos favorece a fuga de contribuintes, sendo de fácil constatação a mudança de domicílio fiscal atingir a classe média e os aposentados. Até projetos visando a atrair recursos externos são perdidos pela burocracia, como é o caso do visto de residência que Portugal oferece a quem faça investimento mínimo de 500 mil euros — o que, aliás, vinha mantendo aquecido o mercado imobiliário.
Mas as desistências são muitas, em função da demora na liberação do documento. Como não bastasse, são países que aplicam não políticas fiscais, mas terrorismo fiscal, ameaçando contribuintes com prisão, quando não com confisco por questões trabalhistas na primeira instância.
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Essa falta de ambiente favorável ao investimento, apesar de serem países teoricamente atraentes — no caso brasileiro, pelo próprio mercado interno —, provoca a retração dos novos negócios. E agora, com a concorrência americana, com um governo dando prioridade ao emprego, ao crescimento e à simplificação fiscal.
A politicagem barata, o nacionalismo tolo e a prática de distribuir benesses com o dinheiro do povo matam o capitalismo que deu qualidade de vida a estes países, com exceção do Brasil. Este nunca conheceu o capitalismo empreendedor, tolhido por normas regulatórias fora da realidade, mas que tem, no setor privado, ilhas de excelência e meritocracia.
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Basta olhar para os países que estão crescendo em meio à crise, como o Paraguai. É preciso mudar a cabeça de governantes e de governados. Todo mundo sabe que ideologia se tornou privilégio de intelectuais, elitistas, indiferentes à questão social. Em todo o mundo, a prioridade é a qualidade de vida dos povos, emprego e paz. Talvez aí esteja a explicação para a presença na política de gestores privados de sucesso. A parcela mais equilibrada dos povos valoriza o mérito, a correção e a eficiência.
Aristóteles Drummond é jornalista