Por gabriela.mattos

Rio - Em coletiva em Brasília, o diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Wilson Trezza, afirmou que a agência diminuiu o grau de alerta para terrorismo no Brasil. Em maio, a ameaça foi elevada para 4, em uma escala onde 5 é o máximo. No entanto, o grau atual a que esse alerta se encontra não foi revelado. O DIA apurou que cerca de 40 pessoas são monitoradas no país pela agência.

Em novembro do ano passado, a Abin chegou também a classificar como 4 o grau de alerta, ao detectar como verdadeira a ameaça de Maxime Hauchard via Twitter. O líder terrorista escreveu: “Brasil, você será o nosso próximo alvo”.

Brasileiro do EI é acusado de planejar ataque contra franceses na Rio 2016

Há dois meses, a Polícia Federal acredita que o desaparecimento da paranaense Karina Rayol seria, na verdade, uma fuga da jovem para se unir a jihadistas turcos. E desde 27 de maio um estudante paranaense, apontado como simpatizante do EI, é monitorado com tornozeleira eletrônica e está proibido de se aproximar dos locais de competição.

A Força Nacional assumiu a segurança de todas as instalações olímpicas desde o dia 5 de julho e tem a responsabilidade de evitar ataquesMárcio Mercante / Agência O Dia

Em Lausanne, na Suíça, o COI afirmou que os antecedentes e históricos de cerca de 400 mil pessoas já foram avaliados antes dos Jogos. São funcionários, jornalistas e terceirizados que vão atuar na competição. Há o temor de que algum ato terrorista seja praticado por um infiltrado.

França revela ameaça terrorista no Rio

Há pelo menos 50 dias o governo francês tinha conhecimento de que um brasileiro, ligado ao Estado Islâmico, estaria articulando um ataque à delegação francesa nos Jogos Olímpicos do Rio. A informação, no entanto, só veio a público na última terça-feira, e pegou o governo brasileiro e a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) de surpresa. A suspeita foi divulgada pelo jornal ‘Liberácion’, que veiculou a transcrição de uma reunião do legislativo francês, ocorrida a portas fechadas no dia 26 de maio. Na ocasião, o chefe da Direção de Informação Militar (DRM), general Christophe Gomart, prestou informações à Comissão Parlamentar de Inquérito francesa que investiga os atentados de 13 de novembro em Paris e Saint-Denis.

Na transcrição da reunião tornada pública pela própria assembleia francesa nesta semana, alguns trechos foram suprimidos — entre eles, os detalhes sobre este possível ataque. No entanto, na sequência da fala do general, um parlamentar pergunta: “Eu não tinha ouvido falar desse brasileiro que se preparava para cometer atentados contra a delegação francesa nos Jogos Olímpicos. Como você sabe?”. O general, então, responde: “Por parceiros”, em referência a outras agências de inteligência. Estes trechos, de acordo com o periódico francês, teriam sido deixados na transcrição por engano, o que trouxe à tona a informação da articulação do ataque.

O diretor-geral da Abin, Wilson Trezza, evitou reconhecer a falta de comunicação entre as agências brasileiras e francesas. “Eu não posso afiançar o que houve para que ele (general Gomart) tivesse divulgado e não tivesse falado conosco ainda”, disse. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, a quem a Abin é subordinada, disse que todas as delegações possuem o mesmo grau de risco.

A informação contradiz o chefe do Departamento de Contraterrorismo da agência, Luiz Alberto Sallaberry, que, em abril afirmou em palestra — conforme noticiou O DIA — que há diferentes graus de segurança para as 205 delegações. A França estava classificada como alta.

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