Rio - Um dos juízes da Auditoria da Justiça Militar que participava do julgamento de dois processos sobre o maior escândalo de corrupção na saúde da PM, o coronel Ivanir Linhares Fernandes Filho, de 49 anos, foi executado com pelo menos sete tiros nesta quarta-feira, no Centro de Maricá.
Subcomandante do 4º Comando de Policiamento de Área (CPA), o oficial estava em uma viatura administrativa da corporação com o sargento Luiz Cláudio Carvalho da Silva, de 44, que foi atingido oito vezes.
Imagens captadas por câmeras próximo ao local do crime recolhidas pela Delegacia de Homicídios São Gonçalo, Niterói e Itaboraí mostram que Linhares foi emboscado por pelo menos três criminosos num Jeep Renegade. Um deles desceu do veículo e fez 17 disparos. Segundo o delegado Fábio Barucke, os criminosos chegaram gritando ‘perdeu’. Em seguida, atiraram.
Os militares reagiram. A polícia trabalha com a hipótese de latrocínio — roubo seguido de morte. Porém, investiga ainda a possibilidade de execução e se o crime está relacionado à atividade na Auditoria da Justiça Militar do oficial, que servia à PM há 29 anos.
Linhares estava convocado para participar, amanhã, de um julgamento sobre o Fundo de Saúde da PM. Ele atuava no processo sobre a compra forjada de 75 mil litros de ácido peracético — que esteriliza material cirúrgico — no valor de R$ 4,4 milhões para o Hospital Central da PM, além da aquisição irregular de 200 aparelhos de ar-condicionado. “Vamos apurar se há alguma relação com essa atuação”, afirmou Barucke.
O sargento que estava com Linhares teve o tórax drenado no Hospital municipal Conde Modesto Leal e foi transferido em um helicóptero do Corpo de Bombeiros, para o setor de trauma do Hospital estadual Alberto Torres. Linhares será enterrado hoje, às 15h, no Cemitério Parque Nycteroy, em São Gonçalo.