Por gabriela.mattos
Rio - Mesmo com o trajeto muito aquém do que era antigamente, dificultando a locomoção dos moradores de Santa Teresa, o bondinho que corta o bairro vai aumentar sua passagem, a partir de 15 de dezembro, para R$ 20. O decreto que prevê o aumento estratosférico foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quinta-feira. A reestruturação do serviço, com mudança de trilhos e novos bondes, começou após um acidente que deixou seis mortos, em 2011. Moradores terão gratuidade, mas precisarão se cadastrar a partir do próximo dia 21.
No decreto, assinado pelo governador Luiz Fernando Pezão, a justificativa para o aumento é a "necessidade de reequilíbrio das finanças estaduais, abaladas pela forte crise que atingiu o estado".
Preço da passagem do bondinho de Santa Teresa vai aumentar para R$ 20, a partir de dezembroDivulgação

Antes do acidente, em agosto de 2011, o preço cobrado no transporte era de R$ 0,60. O aumento é mais de 3 mil porcento. O cadastro dos moradores será realizado pela Secretaria Estadual de Transportes, a partir do próximo dia 21, das 8h às 16h, na Estação Cariocados Bondes (Rua Lélio Gama, s/nº, Centro). Será necessária a apresentação do comprovante de residência, identidade e CPF (original e cópia) e uma foto 3x4. Os dependentes que não possuem os documentos poderão apresentar a certidão de nascimento.

Na última segunda-feira, o horário de funcionamento do bondinho foi ampliado. Os bondes passaram a funcionar das 6h30 até às 16h15 de segunda a sexta-feira e as 10h às 18h aos sábados. Entretanto, o período de circulação ainda não agrada a quem realmente precisa: os moradores do bairro.

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O trajeto também ainda é muito menor do que antes de 2011, por conta das obras que se arrastam por anos no bairro. A última previsão de conclusão era dezembro de 2017, mais de seis anos depois. Hoje a circulação funciona entre os trechos do Largo da Carioca e Largo dos Guimarães e Largo da Carioca e Francisco Muratori.
Tragédia com bonde deixou seis mortos
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Em agosto de 2011, um acidente com um bondinho matou cinco pessoas e deixou outras 57 feridas após a composição perder os freios e descarrilar. Por conta do acidente, o transporte ficou sem funcionar por quatro anos.
Em novembro do ano passado, a Justiça chegou a bloquear os bens do deputado federal Julio Lopes, na época do acidente secretário de Transportes. Ele e outros três réus, segundo a determinação do juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 3ª Vara de Fazenda Pública, deveriam indenizar o patrimônio público em R$ 6,3 milhões.