Foram, ao todo, R$ 7 milhões gastos pelo casal e pelo assessor com as joias, adquiridas em lojas como H Stern e Antônio Bernardo, que aparecem entre as empresas do ramo mais beneficiadas por incentivos fiscais na Era PMDB no Rio. A Polícia Federal quer saber, agora, se as joalherias ‘apenas’ sonegavam impostos — não havia emissão de nota fiscal após as compras — ou se participavam do esquema.
Ex-assessor de Cabral tem prisão preventiva decretada
O juiz Marcelo Bretas também decretou nesta segunda-feira a prisão preventiva de Paulo Fernando Magalhães Pinto, ex-assessor pessoal de Cabral. Ele é apontado como ‘testa de ferro’ do ex-governador pela Calicute. A decisão tem como base pedido feito pelo Ministério Público Federal.
O magistrado alega que a prisão tem como intuito a garantia da ordem pública e da instrução criminal. “Graves os fatos até então apurados, havendo fortes indícios de que Paulo Fernando integraria o esquema de corrupção em pleno desenvolvimento, sendo suspeito de ser um dos responsáveis por ocultar bens do ex-governador Sérgio Cabral e de custear suas despesas pessoais”, escreveu o juiz.
Paulo Magalhães também seria o responsável pelo pagamento do aluguel da empresa de Cabral. A atuação do assessor, de acordo com Bretas, configura a prática de esquema de lavagem de dinheiro.
Desde o afastamento de Cabral do cenário político, o ex-assessor estaria, segundo a Calicute, “se dedicando à atuação empresarial em vários e distintos ramos, como sócio de muitas empresas.” Ele teria se estabelecido profissionalmente em escritório no Leblon, alugado em junho de 2014 por R$ 42 mil mensais. No entanto, o escritório seria usado não por Paulo Magalhães, mas pelo próprio Cabral, com a empresa Objetiva Gestão e Comunicação Estratégica Eireli, apontou Bretas.
Como justificativa da importância de prendê-lo, o juiz alegou que há “efetivo risco” de que a liberdade do investigado possa criar embaraço às investigações. Antes, Paulo fora preso temporariamente pela Calicute no mesmo dia em que Cabral.
?Reportagem do estagiário Caio Sartori