Polícia procura imagens em Caxias sobre morte de embaixador grego
Acusados de morte de diplomata se reuniram em praça para combinar crime. Viúva nega
Por gabriela.mattos
Rio - A Polícia Civil está à procura de imagens em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, que podem desbancar de vez a versão contada por Françoise Oliveira, de 40 anos, de não ter participação na morte do seu companheiro, o embaixador da Grécia no Brasil Kyriakos Amiridis, 59. Isso porque um dos acusados, Eduardo Tedeschi, 24, diz que houve uma reunião entre ele, Françoise e o PM Sérgio Gomes no dia 26 de dezembro, em uma praça perto da estação de trem daquele município. Os três estão presos pelo homicídio, ocorrido no dia 27.
“Queremos as imagens desse encontro. O Eduardo, que é sobrinho do Sérgio e foi com ele até a casa do Amiridis, diz que foi nessa reunião que houve a combinação do crime”, afirmou ao DIA o delegado Evaristo Pontes, da Delegacia de Homicídios da Baixada.
Na ocasião, Eduardo disse que Françoise lhe ofereceu R$ 80 mil para ajudar na ocultação do cadáver. Além disso, foi ameaçado pela embaixatriz. “Se você falar alguma coisa, te mato”, teria dito Françoise a Eduardo. Já a embaixatriz afirma que desconhece Eduardo e, confrontada com a versão dele, negou tudo. Uma foto de Eduardo chegou a ser apresentada pelos inspetores a Françoise, que disse não o reconhecer.
“Se conseguirmos alguma imagem do encontro, ela não poderá mais manter a versão de que não o conhece”, disse Pontes. O encontro teria ocorrido entre 10h e 11h da manhã, na véspera do crime. Nesse horário, Françoise disse que permaneceu em casa. Os suspeitos serão ouvidos novamente para esclarecer alguns espaços de tempo que permanecem como uma incógnita no inquérito.
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“Não sabemos, por exemplo, o que Sérgio fez durante algumas horas após voltar de Nova Friburgo, quando foi jogar a arma usada no crime fora. Ele levou o corpo junto. Mas, ao voltar, onde o carro e o corpo ficaram, antes de serem incinerados? Há algumas dúvidas”, apontou o investigador.
A possibilidade de mais pessoas estarem envolvidas no crime ainda não foi descartada. Outras imagens, como a do posto de gasolina onde foi feita a compra do combustível usado para incinerar o carro e o corpo, ainda serão requisitadas pela polícia.
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Mais de 10 ligações entre amantes
A Polícia Civil contabilizou pelo menos dez ligações telefônicas ocorridas entre 20h do dia 27 e 1h da manhã do dia 28 de dezembro, feitas entre os celulares de Françoise e do policial Sérgio Gomes, apontado como seu amante e executor confesso do embaixador. Durante essas horas, Gomes estava dentro da casa do diplomata grego e disse que o matou após uma briga corporal. O PM chegou na residência com seu sobrinho 20 minutos após Françoise ter saído com a filha Giulia, de 10 anos, para um shopping e um restaurante em Nova Iguaçu.
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O número de ligações excessivas foi usado como Françoise como uma espécie de álibi, para inocentá-la. Ela chegou a mostrar a tela do celular com o histórico de ligações ao delegado que investiga o caso. “Ela diz que o policial ligou várias vezes para perguntar onde ela estava, sem mencionar nada do crime. Além disso, dizia para ela ‘me espera onde você está que vou ao seu encontro’”, afirmou Pontes.
A própria planta da residência está sendo usada por Françoise na sua defesa. Ela diz que não viu nada ao chegar em casa, pois, depois da porta da entrada, há um corredor onde estão os quartos e banheiros. O crime ocorreu na sala de TV, distante desse corredor. No entanto, Eduardo diz que Françoise chegou a ver o corpo do embaixador.
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Filha fará DNA e irá à DP
Giulia, de 10 anos, filha do embaixador Amaridis e de Françoise, também deverá ser ouvida na delegacia. O DNA de Giulia também será colhido e confrontado com o material genético do diplomata. A criança está na casa de uma prima de Françoise, que também é sua madrinha, e acha que o seu pai morreu em um acidente de carro.
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Esta foi a versão contada pela própria Françoise ao ser presa pela morte de Amaridis. “Ela abraçou a filha e disse: ‘Seu pai sofreu um acidente e o carro pegou fogo. Ele não sobreviveu. Vou ter que me afastar para cuidar de alguns detalhes’”, disse um inspetor que participou da prisão da embaixatriz.