Já os garis que trabalham nas praias receberam um kit para hidratação e adotaram um uniforme mais leve. Com bermuda, camiseta, luvas e chapéu, os profissionais são orientados a utilizar protetor solar. Mesmo assim, alguns trabalhadores passaram mal durante o expediente. “A gente limpa um trecho da orla e depois para um pouco na sombra para descansar. A empresa fornece equipamentos, mas alguns colegas chegam a desmaiar com as altas temperaturas”, comentou a gari Tatiana Barbosa, de 36 anos.
Profissionais que trabalham expostos ao sol precisam driblar o forte calor
Especialistas ressaltam que a estação mais quente do ano pode trazer graves problemas, caso os cuidados com a pele sejam ignorados
Rio - Se o verão deixa cariocas e turistas mais à vontade para ocuparem ruas e praias com pouca roupa, exibindo corpos torneados, tem gente que, por outro lado, sofre como nunca. São os profissionais que trabalham expostos ao sol. Especialistas ressaltam que a estação mais quente do ano pode trazer graves problemas, caso os cuidados com a pele sejam ignorados.
“É bom que a gente fica bronzeado”, brincou um funcionário da Secretaria Municipal de Conservação, que pediu para não ser identificado. Ele se queixou da falta de um kit individual, com itens como chapéu, luva, protetor solar, ou mesmo água para aqueles que trabalham na manutenção das ruas e monumentos da cidade.
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Vendedora de água de coco há 14 anos na Rua Uruguaiana, Juceí Soares, 58, não conseguiu trabalhar nesta segunda-feira devido ao forte calor. “Eu não conseguia sair da cama, estava quente demais”, reclamou. Ela não utiliza protetor solar e, para evitar os raios ultravioleta, adaptou um chapéu de praia ao seu carrinho.
Trabalhando 11 horas por dia o entregador de bebidas Charles Teixeira, de 30 anos, não cochila: “Passo protetor duas vezes ao dia, mas, como tenho que entregar mercadorias na Câmara e Alerj, tenho que trabalhar de calça jeans. Está difícil! O calor está insuportável", reclamou.
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Orientação
A orientação para quem fica exposto ao sol é a de utilizar o protetor fator 30 ou superior, com reaplicação a cada duas horas, para evitar lesões na pele. A utilização de roupas claras também ajuda a bloquear os raios ultravioleta. “A peça de roupa preta absorve toda a luz e, por isso, esquenta muito. E se deve evitar bronzeadores caseiros. A curto prazo, a falta de protetor solar pode causar queimaduras na pele e, no futuro, essas queimaduras evoluírem para câncer”, alertou Leonardo Spagnol Abraham, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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Segundo ele, o uso de frutas cítricas como limão, tangerina, figo, morango e laranja devem exigir atenção maior devido ao risco à saúde em caso de exposição ao sol.
Poucos militares sem farda
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Parte dos policiais militares que trabalham na orla, foram autorizados a trajar vestimentas mais leves nas rondas. Agentes do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (Bptur) trabalham de bicicleta pelo calçadão de Copacabana usando tênis, bermuda, camiseta da corporação, pistola e armas não-letais. O esquema foi adotado há um mês. “Além de facilitar a nossa mobilidade, o uso da bicicleta permite parar a qualquer momento para conversar com os cidadãos. Isso nos ajuda a melhorar o patrulhamento e coibir os roubos”, explicou o soldado Marcos Lazaro.
O benefício não se estende a toda categoria. Policiais de outras unidades, mesmo os que patrulham as praias, são obrigados a utilizar farda. Já os militares do Corpo de Bombeiros recebem protetores para o corpo e para os lábios. Nem mesmo o forte calor os desobrigou de trabalhar uniformizados.
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?Reportagem de Jonathan Ferreira