Por gabriela.mattos
Rio - Cerca de 400 adolescentes que cumprem medida socioeducativa em semiliberdade em 17 centros do Degase em todo o estado ficaram dispensados de retornar às unidades após as festas de fim de ano. Segundo o Sindicato dos Servidores do Degase (Sind-Degase), eles foram liberados em 20 de dezembro para passar o Natal e o Ano Novo com a família, como de praxe, mas deveriam ter voltado na segunda-feira. A Justiça do Rio acatou pedido do Degase para adiar o retorno dos jovens para 9 de janeiro, já que as unidades estão sem alimentação e sem limpeza por falta de pagamento às empresas terceirizadas.
Os jovens em semiliberdade normalmente também são liberados nas sextas-feiras e retornam nas segundas de manhã. Ao longo da semana, eles podem sair para realizar atividades como estudos e trabalho, mas deveriam dormir no Degase.
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Segundo João Luiz Pereira Rodrigues, presidente do Sind-Degase, o Ministério Público ajuizou Ação Civil Pública solicitando que o estado libere R$ 54,5 milhões para pagar dívidas com vários fornecedores do Degase referentes a 2016. “As terceirizadas estão deixando de pagar aos funcionários, porque não recebem. As cozinheiras e o pessoal da limpeza estão sem salários há quase seis meses”, diz Rodrigues.
“O problema é que muitos desses adolescentes vêm de progressão de medida, de unidades fechadas, onde já passaram um tempo cumprindo por infrações como homicídio, latrocínio e tráfico. Agora, a sociedade é que vai pagar a conta da má gestão do estado”, acrescenta.
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O Degase informou que os jovens retornarão no dia 9, quando todos os serviços voltarão ao normal. As razões do problema não foram esclarecidas.