Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - A Polícia Federal (PF) ouve novamente Eike Batista nesta quarta-feira, em sua sede na Praça Mauá, Zona Portuária do Rio.  Os investigadores apuram o pagamento de propina feito pelo empresário ao ex-governador Sérgio Cabral. Ambos estão presos no Complexo de Gericinó, em Bangu. O empresário chegou por volta das 9h20 na PF. Doze pessoas foram indiciadas no inquérito da operação Eficiência, que prendeu Eike, no último dia 30. Os nomes não foram divulgados e a conclusão do inquérito agora seguirá para a Justiça.
Fernando Martins, advogado de defesa de Eike Batista, disse que a orientação dada é de que ele permaneça calado. O objetivo é falar somente em juízo. O novo depoimento foi autorizado pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio. Além de Eike, outros envolvidos serão ouvidos pela PF hoje, como o ex-secretário estadual de Obras do Rio, Hudson Braga; o doleiro Álvaro Novis; o publicitário Francisco de Assis, o Kiko; Ary Ferreira Filho, apontado como operador de Cabral;  o empresário Flávio Godinho, braço-direito de Eike Batista na EBX e ex-vice-presidente do Flamengo.
Eike chega à sede da Polícia Federal, na ocasião de seu primeiro depoimento, um dia após sua prisãoPaulo Carneiro / Agência O Dia

De acordo com a Polícia Federal, foi concluído nesta terça-feira o inquérito da Operação Eficiência, realizada no último dia 26. Doze pessoas foram indiciadas na investigação que apura crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa. O relatório do inquérito será encaminhado à Justiça, juntamente com todo o material produzido durante as investigações.

Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Rio defendem a permanência de Eike na prisão preventiva em documento entregue à Justiça na última segunda-feira. Entre os motivos, eles apontam que o empresário comprou passagem para os Estados Unidos na mesma data de sua viagem, dois dias antes da deflagração da Operação Eficiência.

No último dia 31, Eike depôs pela primeira vez, desde a prisão no dia anterior, na sede da Polícia Federal. Segundo fontes, o empresário admitiu ter pago US$ 16,5 milhões (R$52 milhões) a Cabral, através de um contrato de fachada entre a Arcádia, empresa dos irmãos doleiros Renato e Marcelo Chaber, sediada no Uruguai, e a Golden Rock Foundation, de propriedade de Eike.

O empresário permaneceu 3h45 no prédio da Zona Portuária. Na saída, Eike foi escoltado pelo estacionamento até o carro da PF que o levou de volta à Cadeia Pública Bandeira Stampa, conhecida como Bangu 9, no Complexo de Gericinó. Um dos advogados dele, Fernando Martins, disse que “a princípio não há possibilidade de delação” por parte do empresário.

Com informações do Estação Conteúdo